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Estudantes de 5.ª a 8.ª série da Escola Estadual Barro Preto, zona rural de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, estão perdendo aulas por falta de espaço. Sem sala para abrigar uma segunda turma de 7.ª série com 29 alunos, a direção do colégio optou pelo rodízio. Hoje, são os estudantes da 8.ª série que vão ficar em casa para dar espaço aos colegas do ano anterior.

Outra alternativa seria encaixotar os livros da biblioteca, que funciona no mesmo espaço do almoxarifado, da sala dos professores e da sala da pedagoga do colégio. O local seria suficiente para abrigar pelo menos 18 alunos, mas os pais são contra. "Se os alunos precisarem de livros não terão onde consultar. Biblioteca só no centro da cidade. O estado precisa resolver isso", diz Lauro José Valaski, pai de Gabriel, que estuda na 5.ª série.

Segundo a presidente da Associação de Pais e Mestres, Rosângela Ramos, há três anos a entidade vem alertando o estado sobre a necessidade de ampliar a escola. Três salas já foram construídas pela prefeitura para abrigar os alunos de 1.ª a 4.ª série do município, que também ocupam o prédio estadual de manhã. "Agora é a vez do estado. Se não lutar agora, aonde meu filho, que está no primeiro ano, vai estudar", diz Rosângela.

De acordo com a presidente do Núcleo Sindical da região metropolitana do Sindicato dos Trabalhadores de Educação do Paraná (APP-Sindicato), Isabel Zollner, em toda a cidade, 200 estudantes esperam por vagas em escolas estaduais. "Já tem colégios que estão com turmas imensas, com até 50 alunos", conta.

A falta de espaço para alunos não é uma exclusividade de São José dos Pinhais. Em Tijucas do Sul, por exemplo, duas turmas estão tendo aula no salão paroquial da cidade. A situação também é crítica em Fazenda Rio Grande e Campo Largo. "As populações dessas cidades têm crescido muito e a ampliação dos colégios não tem acompanhado", avalia Isabel.

Carlos Alberto Carvalho, chefe do Núcleo de Educação da Área Metropolitana Sul, órgão ligado à Secretaria da Educação do Paraná (Seed) – que é responsável por 2,1 mil escolas em todo o estado –, admite as dificuldades das escolas da região metropolitana. Mas, segundo Carvalho, a culpa é dos diretores que não atualizam os dados do Sistema Estadual de Registro Escolar. "Sem saber quantos alunos estão matriculados não temos como fazer previsão", diz.

Na próxima semana funcionários do núcleo começarão um levantamento escola por escola em São José dos Pinhais. Mas a situação da escola Barro Preto está longe de ser resolvida. Segundo Carvalho, existem outras prioridades, como a construção emergencial de duas salas em Tijucas do Sul, que já teriam começado. A solução, segundo ele, poderia ser dada pelo município, que também utiliza o espaço.

O secretário de educação de São José dos Pinhais, Imar Augusto, alega que o município já está investindo na construção de uma nova escola, mas as obras só devem ficar prontas em seis meses.

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