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O incêndio que destruiu o acervo de cobras e aracnídeos do Instituto Butantan, na capital paulista, fez soar o alarme sobre a falta de apoio à conservação do patrimônio histórico natural do Brasil. Nenhum dos grandes museus de zoologia brasileiros conta com um sistema adequado de combate a incêndios. "Aqui só tem extintor", diz o diretor do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, Hussam Zaher.

Alocado em um prédio histórico do Ipiranga, o espaço tem um acervo de 10 milhões de exemplares de bichos da biodiversidade brasileira e mundial, de formigas e minhocas a onças e gaviões. Grande parte deles, guardada em potes com álcool - como se faz em qualquer coleção desse tipo no mundo.

No Butantan, uma das causas da propagação rápida do fogo foi justamente o fato de os animais serem conservados em álcool, segundo a pesquisadora Teresa Vila Pires, do Museu Paraense Emílio Goeldi. "É uma armazenagem antiga e que funciona até hoje, não existe outra solução. Na verdade, o que falta para os institutos e museus de pesquisa que conservam espécies em álcool é um sistema mais eficaz que responda imediatamente ao fogo – não com água, mas com um gás que corta as chamas. É um sistema de detecção de incêndio que existe em laboratórios da Europa mas que ainda não chegou ao Brasil", explica Teresa.

Em março, um curto-circuito quase destruiu os acervos do Museu Emílio Goeldi. A precária instalação elétrica de uma parede entrou em curto, mas o fogo foi apagado com extintores pelos funcionários.

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