Das 116 vagas em abrigos que recebem moradores de rua de Londrina, no Norte do Paraná, para passar a noite, apenas 5 estão disponíveis com a chegada do frio, todas para mulheres ou crianças. A situação fica mais crítica porque o maior abrigo do município, a Casa do Bom Samaritano, tem 76 vagas, mas 45 delas são ocupadas por pessoas carentes com transtorno mental, que moram no local.
De acordo com a assistente social da casa, Ana Paula Zanata, a Prefeitura não possui um abrigo adequado às pessoas com problemas mentais e, enquanto o serviço não é disponibilizado, os 45 pacientes ficam morando no lar. "Temos algumas pessoas que moram no Bom Samaritano há dez anos e com o frio dos últimos dias, as outras 21 vagas da casa ficam sempre lotadas", destacou. Ela acrescentou que 19 das 76 vagas são direcionadas para o público feminino.
A diretora de Proteção Social Especial da Secretaria Municipal de Assistência Social, Nívia Maria Polezer, admite que a falta de vagas nos abrigos é um problema enfrentado pelo Município e destaca que, em menos de um mês, deve ser implantada uma nova casa, com 25 vagas para atender o público masculino que mora nas ruas. "Em uma reunião realizada no início da semana, conseguimos o recurso de R$ 22 mil, que foi liberado pelo Fundo Municipal de Assistência Social, e será utilizado para a locação da casa e manutenção do serviço", destacou. Ainda não foi definida a região do Município onde o atendimento será prestado. Com a liberação dos recursos, a secretaria deve iniciar o processo de seleção da equipe que vai trabalhar na casa.
O Município tem parceria com três casas que acolhem moradores de rua em busca de um abrigo para passar a noite. Depois da Casa do Bom Samaritano, a unidade que atende maior número de pessoas é a Casa Pão da Vida, que oferece 20 vagas para mulheres e crianças. De acordo com a coordenadora, Marina de Souza Barbosa, na manhã de ontem estavam sendo atendidas dez mulheres e cinco crianças e havia outras cinco vagas disponíveis.
O lar que atende o público masculino é o Serviço de Obras Sociais (SOS). Ao todo são 17 vagas e, de acordo com a assistente social Marilza Yoshinaga, a casa está trabalhando com a capacidade total. "Na última quarta-feira, antes das 21 horas, já estávamos com a nossa lotação máxima", destacou. A Casa do Caminho, conhecida pelo atendimento prestado às crianças, possui também três vagas para adultos, mas no momento estão todas completas.
O problema da falta de vagas na cidade se agravou em 2005, quando o Albergue Noturno transformou-se num asilo de idosos. Houve redução da oferta de vagas e o Município fez convênio com a Casa Pão da Vida e aumentou o repasse para as demais entidades para que pudessem ampliar o atendimento.
Sinal Verde atende clientela
De acordo com a diretora de Proteção Social Especial da Secretaria Municipal de Assistência Social, Nívia Maria Polezer, o Programa Sinal Verde atende entre quatro e cinco pessoas, por dia, que vêm de outras cidades ou estados e cerca de oito de Londrina, que romperam relações com a família e vivem nas ruas. "A nossa primeira ação é redirecionar estas pessoas para sua cidade de origem", destacou.
"Quando não é possível o retorno aos outros municípios e nem o encaminhamento para as famílias (no caso de moradores de Londrina), inserimos estas pessoas nas casas de abrigo, mesmo quando estão com a capacidade completa, porque é um momento de necessidade", acrescentou Nívea.
Ela disse ainda que os profissionais da secretaria realizam um trabalho de convencimento para que as pessoas permaneçam nas casas abrigo. "Nessas noites frias é mais fácil convencê-los", explicou. Ela acrescentou que é realizado um trabalho multidisciplinar com os usuários que não apresentam problemas mentais e permanecem nas casas, para que seja resgatada a autonomia destas pessoas e elas possam deixar o serviço em busca de uma melhor qualidade de vida em outro ambiente que não seja a rua, nem o albergue.
Prioridade para os enfermos
A Fraternidade de Aliança Toca de Assis é uma entidade religiosa que também desenvolve um trabalho de assistência aos moradores de rua. Apesar de não ter vínculo com a Prefeitura, o grupo oferece três casas sendo duas localizadas na área urbana e uma que fica na área rural. De acordo com Domingos Maria, na casa onde residem os homens que integram a entidade moram 15 pessoas carentes, ex-moradores de rua. "Não fazemos trabalho de albergue, nosso objetivo é cuidar dos pobres sofredores de rua", disse. "No frio aumenta a procura por vagas, mas temos que dar prioridade aos mais doentes", disse.
A casa onde ficam as mulheres da entidade serve apenas como passagem às moradoras de rua. "Lá elas podem se alimentar e fazer a higiene pessoal, mas não podem dormir", destacou. A entidade conta também com uma casa em uma chácara, onde são acolhidas as pessoas doentes e com idade mais avançada.
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