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A família do menino Renan da Silva Ribeiro, de 2 anos e 5 meses, acusa o Hospital Pequeno Príncipe de negligência no atendimento médico que levou a criança à morte, na manhã de ontem.

De acordo com depoimento dos familiares, o menino foi submetido a uma pequena cirurgia na quinta-feira pela manhã, mas na manhã de sexta-feira sofreu de hiperhidratação, complicando seu quadro de saúde. Segundo os familiares, o problema ocorreu porque um dos acessos de administração de soro fisiológico não foi interrompido.

Renan sofria de síndrome de mielodisplasia (distúrbio sangüíneo que pode ocorrer em vários níveis de gravidade) e precisava de uma quimioterapia. Para facilitar o recebimento dos medicamentos, os médicos implantaram um cateter no peito do menino. O procedimento cirúrgico foi feito no fim da tarde de quinta-feira. Segundo o pai de Renan, o vigilante Renato da Silva Ribeiro, 26 anos, a cirurgia foi concluída em 50 minutos. "Correu tudo bem. Ele voltou para o quarto, conversou com a gente e até se alimentou horas depois."

Na manhã de sexta-feira, o quadro do menino começou a se complicar. "Ele estava muito inchado e eu fui chamar a médica [Edna Kakitani Carboni] para ver o que estava ocorrendo", lembrou a mãe, a vendedora Viviane Aparecida Moreira, 30 anos. "Ela [a médica] me chamou a atenção dizendo que havia me avisado que eu deveria ter desligado o soro do braço. Mas ela não me disse e nem prescreveu nada." Na noite de sexta-feira Renan foi encaminhado à UTI e morreu no início da manhã de ontem por hemorragia pulmonar.

Segundo a médica que atendia o menino há cerca de cinco meses, Edna Kakatani, realmente houve um problema de hiperhidratação, devido à permanência dos dois acessos de soro. "Eu fiquei brava com a equipe de enfermagem logo que cheguei pela manhã", conta. A médica, que atua há 25 anos na profissão, disse que também havia alertado a mãe para controlar o gotejamento do soro. Edna ainda explicou que só devido à hiperhidratação Renan não teria morrido. "Seria mais facilmente controlado se ele não estivesse numa situação grave. Mas o problema é que ele teve um sangramento no pulmão causado pela própria doença."

De acordo com a chefe do serviço de hematologia e oncologia do Hospital Pequeno Príncipe, Flora Watanabe, o caso será investigado internamente. "Como o Renan vinha de uma situação grave qualquer coisa poderia desequilibrar." A família ainda não sabe se vai entrar com uma ação judicial contra a médica ou o hospital. "A nossa intenção é fazer um alerta aos pais, para que fiquem mais atentos quando seus filhos estão internados", disse a avó de Renan, Maria Jurema Saika, 57 anos.

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