Apucarana A família de uma menina de 11 anos que mora em Ortigueira (nos Campos Gerais) registrou uma queixa na delegacia local contra um padre sob a acusação de abuso sexual. A Polícia Civil abriu um inquérito para apurar o caso. De acordo com a denúncia encaminhada pela mãe, a filha dela relatou que o padre, 35 anos, a teria molestada mais de uma vez, no interior da Casa da Criança e do Adolescente, instituição mantida pela Igreja Católica em Ortigueira, com apoio do município e de outras entidades, e que presta assistência a menores carentes. O assunto correu a cidade nessa semana, depois que o padre foi transferido para uma cidade não informada no estado do Pará.
O promotor de Justiça Rodrigo Leite Ferreira Cabral confirmou ontem a existência da investigação. Porém, disse que tudo corre em segredo de justiça, mas "para preservar a criança e não o religioso". De acordo com ele, todas as providências cabíveis estão sendo adotadas pelo Ministério Público.
A mesma posição foi ratificada pelo Conselho Tutelar do município. O escrivão da delegacia local, que se identificou apenas como Jonato, informou que o inquérito foi iniciado e agora está com o delegado Clóvis Papa, da delegacia de Telêmaco Borba Ortigueira está temporariamente sem delegado.
Na casa paroquial da igreja, uma secretária se limitou a informar ontem que o padre foi transferido para um outro local e que ele não responde mais pela paróquia. A reportagem tentou falar com o padre ontem, mas o telefone celular dele só caia na caixa-postal.
Providências
A Diocese de Ponta Grossa, responsável pela paróquia de Ortigueira, informou não ter conhecimento sobre a denúncia. Já padre Paulo, da Congregação das Escolas de Caridade Instituto Cavanis, em Curitiba, superior imediato do padre acusado, disse ontem que a situação será averigüada. "Até o momento não temos denúncias concretizadas", afirmou. Ele não quis divulgar o local da transferência do padre. Apenas confirmou a mudança. "Ele está atuando em outra comunidade, mas não quero divulgar o local."
A motivação da transferência, segundo padre Paulo, seriam várias situações. "Até por questões econômicas e motivos que surgiram na paróquia, e procuramos tirá-lo um pouco da situação para refrescar a cabeça", diz. Padre Paulo disse ainda que todas as providências possíveis serão tomadas. "Iremos conversar com ele para saber o que é verdade".