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Segurança

Família acusa policiais da Rotam de execução

Imagens de satélite feitas de 10 em 10 minutos mostram o percurso do Sul ao Norte da cidade feito pela chuvarada com granizo | Reprodução Simepar
Imagens de satélite feitas de 10 em 10 minutos mostram o percurso do Sul ao Norte da cidade feito pela chuvarada com granizo (Foto: Reprodução Simepar)

A família do carregador Felipe Osvaldo da Guarda dos Santos, de 19 anos, acusa policiais militares da equipe de Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam) de executarem o rapaz durante uma abordagem policial na madrugada de domingo. Seria o segundo episódio envolvendo policiais militares na capital em uma semana. No sábado de carnaval, PMs mataram o pedreiro Édson Elias dos Santos, 28 anos, com oito tiros no Largo da Ordem.

De acordo com testemunhas, Felipe Santos foi morto ontem de madrugada com cerca de trinta tiros disparados por policiais da viatura 6885 da Rotam. Santos foi atingido dentro do carro que dirigia, a cerca de cem metros de sua residência, no bairro Umbará, em Curitiba.

Santos já tinha passagem pela polícia – ele cumpriu pena de nove meses, depois de ter participado de um assalto. Segundo familiares, desde que saiu da cadeia, há um mês, ele vinha sendo alvo de ameaças e perseguições policiais.

De acordo com a família, o carregador estava trabalhando no Ceasa e estava longe da criminalidade. Segundo uma tia dele, o rapaz não bebia, fumava ou usava drogas. "Ele participou de um assalto uma única vez porque a mãe dele estava passando fome", diz.

Segundo relatos de testemunhas, os policiais teriam levado o corpo até a casa do rapaz para tentar intimidar a família. "Os policiais disseram que os próximos a serem mortos seriam a irmã e o cunhado de Felipe", conta um amigo da vítima. O cunhado ameaçado é Juarez Inácio Domingues, 21 anos, que participou do assalto realizado por Santos. "Não sei o motivo, mas estamos com medo. Chegaram na minha casa, me mandaram entrar na viatura, mas eu não quis. Eles me xingaram e depois disseram que eu e meu marido somos os próximos", conta Letícia, irmã de Felipe e casada com Domingues.

Na versão dos policiais, o carro que Santos dirigia, um Gol com placas AIK 3856, estava com um alerta de roubo. Durante a abordagem, o rapaz teria saído do carro atirando contra os policiais, que revidaram.

"O carro que Felipe dirigia era da mãe dele, não era roubado. Ele também não atirou em policial nenhum, os PMs jogaram um revólver calibre 38 dentro do carro para dizer que Felipe estava armado", acusa um amigo de Santos. A família também afirma que o rapaz já estava morto quando foi levado ao Hospital do Trabalhador pelos PMs.

Ainda de acordo com a família, os policiais responsáveis pela morte de Santos teriam voltado à casa dele, ontem à tarde, para agredir a mãe do rapaz, grávida de nove meses, e fazer novas ameaças.

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