Família de Duda não sabia da acareação

Campo Mourão – Cássia Ribeiro, a mãe de Eduarda Ribeiro, a Duda, que dividia o apartamento com a paranaense Carla Vicentini, desaparecida há 79 dias nos Estados Unidos, ficou surpresa com a notícia de que sua filha deverá ser convocada como testemunha pela Comissão Parlamentar Mista de Inquéritos da Emigração Ilegal. Duda deve participar de uma acareação com o empresário francês José Fernandes Madeira Martins, proprietário do apartamento onde Carla vivia em New Jersey. Ambos foram as pessoas que mais tiveram contato com a estudante fora do Brasil. Por telefone, Cássia contou que ainda não foi comunicada oficialmente da acareação e que a família tomou conhecimento do encontro dos pais de Carla com o Ministro da Justiça através dos jornais.

Segundo Cássia, que conversa todos os dias por telefone com a filha, Duda também não foi procurada pelo FBI. "Desde o fim de março ninguém mais a procura para falar sobre o caso", afirma. A mãe conta que tem evitado falar sobre o caso com a filha para não deixá-la preocupada. "Ela ajudou da forma como pôde, prestando diversos depoimentos, agora ela precisa de um pouco de paz." Cássia diz que apesar da filha ter mudado para a casa de uma tia na Califórnia, todos os contatos foram repassados ao FBI e à polícia de Newark. "Ela está à disposição para ajudar a resolver esse caso." Segundo a mãe, a filha, que chegou aos Estados Unidos em janeiro, para fazer um intercâmbio de quatro meses, deve retornar ao Brasil no próximo mês. "A meta de estudar e aprender inglês ela cumpriu, não tem mais motivo para continuar lá, ainda mais depois de tudo que aconteceu." Eduarda Ribeiro retorna ao Brasil no próximo dia 18, quando termina o prazo do visto de quatro meses.

Na tarde de ontem, por volta das 16 horas, dois policiais federais de Maringá estiveram em Goioerê para entregar ao empresário francês o documento de convocação para a acareação que deve acontecer na próxima quinta-feira, em Brasília. Segundo um dos investigadores da PF, inicialmente o empresário não quis receber o documento, mas após tomar conhecimento de que se tratava da CPI, ele recebeu a convocação.