A residência do advogado Alberto Ruiz, pai do estudante Rafael Ruiz, assassinado dentro de casa em junho, em Londrina (Norte do Paraná), foi assaltada novamente. A família foi aterrorizada por bandidos na noite de terça-feira (18), menos de 48 horas depois de ser preso o último integrante do trio envolvido na morte do universitário. A polícia e a família acreditam que não há relação entre os dois casos.

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Três homens abordaram a mãe do estudante quando ela chegava em casa por volta das 22 horas. Ela foi rendida e levada para dentro da residência, onde estavam o marido e o filho Danilo, de 17 anos. A família foi mantida refém dentro de casa, no Jardim Presidente, por cerca de 40 minutos. Segundo Ruiz, um deles estava armado e aparentava ter 15 anos. O outro teria entre 10 e 12 anos. O terceiro era um adulto. Eles reviraram a casa e levaram aparelhos eletrônicos, talão de cheques, cartões de banco, jóias, celulares, documentos e roupas.

Ruiz contou que houve um desentendimento sobre quem ficaria com um par de tênis e um dos assaltantes ameaçou atirar no pé do outro. Um dos momentos de maior tensão foi quando um deles afirmou que, na fuga, levaria Danilo. O advogado pediu para que os assaltantes não levassem ninguém e contou que havia perdido um filho há pouco tempo. Um dos assaltantes teria dito que se lembrava do caso. "Ele disse que agiu mal comigo, só faltou me pedir desculpas por ter me escolhido. Ele disse que, na ocasião, até comentou com a mulher dele que não precisava ter matado meu filho, era só roubar", afirmou Ruiz. A família foi amordaçada e trancada em um quarto. Os ladrões ligaram uma televisão no volume alto, para que eles não escutassem os ruídos, e deixaram uma faca para que a família pudesse se soltar posteriormente. Os ladrões foram embora no carro da família, um Fiesta vermelho. Em seguida, Ruiz chamou a polícia. Uma ambulância do Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu) foi até a residência prestar assistência. Depois dos acontecimentos dos últimos meses, Ruiz passou a sofrer de hipertensão.

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O veículo da família foi abandonado no conjunto Jamile Dequech (zona sul). Além da Polícia Militar (PM), Polícia Civil e a Promotoria de Investigações Criminais estão trabalhando para identificar e deter o trio. A família mora no mesmo endereço há mais de 20 anos. Na terça-feira, Ruiz havia procurado um apartamento para se mudar com a família.

Lembre do caso

O estudante Rafael Bernardino Ruiz, 19 anos, foi morto durante um assalto em 2 de junho. O crime aconteceu dentro da casa da família no Jardim Presidente, em Londrina, no Norte do estado.

Um dos acusados do crime, Sidney da Silva Costa, 29 anos, foi preso em 6 de agosto. Costa foi quem atirou no estudante. Em depoimento, argumentou que o tiro foi "acidental". "Ele disse que na reação do rapaz (Rafael tentou proteger o pai que lutava com um dos assaltantes), acabou disparando a arma", explicou o delegado-chefe da 10ª Subdivisão Policial, Sérgio Barroso. Ainda conforme o depoimento, a escolha da família de Rafael para ser assaltada foi aleatória.

A morte de Rafael foi um dos motivadores do movimento "Chega de Luto", que mobilizou toda a cidade por mais segurança. No dia 5 de julho comerciantes e lojistas fecharam as portas por uma hora e meia, no calçadão, e nas ruas Benjamin Constant e Sergipe. A manifestação era contra a violência e falta de policiamento nas ruas da cidade. O protesto reuniu cerca de cinco mil pessoas, segundo os organizadores.

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