São Paulo - A família do empresário Arthur Sendas, morto na noite de domingo, aos 73 anos, não acredita na versão de disparo acidental apresentada segunda-feira pelo assassino confesso Roberto da Costa Júnior, 28.
"Não acreditamos nisso, disse Nelson Sendas, filho do empresário, após o enterro realizado ontem no cemitério São João Batista, em Botafogo, zona sul do Rio.
"Não dá para entender. O tempo é que vai explicar. Meu pai era uma pessoa muito boa, muito querido por todos os funcionários. Existe até uma ponta de revolta por (isso) acontecer com uma pessoa como ele, disse Nelson, que falou em nome da mãe, Maria, dos irmãos, Arthur e Márcia, e dos sete netos do fundador da rede de supermercados Sendas.
Costa Júnior foi indiciado por homicídio qualificado. Motorista que trabalhava havia oito anos e meio com a família, ele pediu para falar com Sendas por volta das 23h45 de domingo. O empresário foi à porta dos fundos de seu apartamento, os dois discutiram, e ouviu-se o tiro que atingiu o rosto de Sendas. Na noite de segunda, após se apresentar à polícia, Costa Júnior disse que sua arma caiu, os dois a disputaram, e ela disparou. A polícia acredita que o motorista, endividado, foi pedir dinheiro. Ele trabalhava para um neto do empresário. Seu pai foi motorista particular de Sendas por 28 anos.
Muitos funcionários das cem lojas do grupo foram ao enterro, que reuniu cerca de 500 pessoas, segundo a administração do cemitério.
O corpo de Sendas foi velado numa igreja da zona sul. A ex-ministra da Fazenda Zélia Cardoso de Mello, o ex-ministro da Justiça Célio Borja e o ex-presidente do Banco Central Carlos Langoni manifestaram solidariedade à família.
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