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Uma mulher de 39 anos foi presa em Itapoã, cidade próxima a Brasília, na terça-feira (9), tentando extorquir a família de um dos meninos desaparecidos em Luziânia (GO). A mulher morava no Gama, município do entorno da capital, mas foi presa em um salão de beleza de Itapoã, que fica a cerca de 80 Km do local do desaparecimento do adolescente.

O primeiro contato com a família do rapaz foi feito no dia 12 de janeiro, enquanto a irmã do jovem desaparecido rezava em um altar improvisado, montado na cozinha da casa. Paulo Victor Vieira de Azevedo Lima, 16 anos, estava desaparecido havia oito dias, e a mensagem no celular renovou as esperanças dos familiares. "Tive mais esperança, porque até então eu não tinha nenhuma notícia dele", relatou Maria Cristiane Azevedo, irmã do rapaz.

A família havia divulgado o número do celular da irmã de Paulo Victor em um cartaz, deixado na rodoviária do Plano Piloto, área central de Brasília, o que levantou a hipótese de extorsão pela Polícia. Na primeira mensagem, a suspeita achou que estava em contato com a mãe de Paulo Victor e pediu R$ 650 para soltar o menino.

Na segunda mensagem, a mulher confirmou que o jovem estava vivo e deu o número de uma conta bancária, aberta em Barreiras (BA). O valor seria depositado para o pagamento de uma dívida. Nas mensagens seguintes, ela se diz amiga da família e pede que o pagamento seja feito. Por fim, elogia o rapaz e deseja boa sorte.

"Às vezes ela ria, falava que era pra ter calma, que ele iria aparecer, essas coisas" conta a irmã de Paulo Victor.

Por vários dias, a família manteve contato com a suspeita. Ela disse que Paulo Victor estaria trabalhando em uma horta, na região de Ponte Alta, no Gama.

A irmã do rapaz ainda afirma que chegou a pedir para falar com o adolescente, para checar se Paulo Victor estaria mesmo com a mulher, mas não obteve sucesso. No desespero por notícias do filho, a mãe do jovem, Sônia Vieira de Azevedo chegou a depositar R$ 50 na conta indicada pela mulher. "Ela falava que ele não estava lá, no momento", disse Maria Cristiane.

Nas mensagens, a mulher cita outras pessoas que estariam envolvidas num suposto sequestro. Ela também ameaçou levar Paulo Victor para São Paulo, caso a família não fizesse o pagamento. A Polícia prendeu a suspeita nesta terça-feira (9).

"Ela está com prisão temporária de cinco dias. Mas será indiciada em inquérito policial próprio por prática de crime de extorsão", disse o chefe do Departamento Judiciário da Polícia Civil de Goiás, Josuemar Vaz de Oliveira, que assumiu as investigações.

Para a mãe de Paulo Victor, a prisão da mulher é uma angústia a menos. "Agora, a gente está mais tranquila e estamos acreditando que as coisas estão andando", afirma Sônia Vieira de Oliveira.

Nesta quinta, as mães de Luziânia serão ouvidas na comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados e a CPI do Desaparecimento de Crianças e Adolescentes aprovou o requerimento para ouvir o Ministro da Justiça sobre as ações da Polícia Federal nas investigações do caso.

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