Maria Beatriz Burigo atribui a vida de três familiares à intervenção de Frei Galvão. A devoção foi herança da mãe, que já falava que era santo o homem que deixou a imagem milagrosa de Nossa Senhora das Brotas em Piraí do Sul. Sua fé foi "testada" pela primeira vez há 30 anos. Ela experimentou passar cera perfumada na casa e intoxicou a família inteira. A filha Paula, então com sete meses, foi internada em estado grave. Com complicações respiratórias severas, foi desenganada pelos médicos. A mãe se apegou a Frei Galvão e garante que foi ele que a salvou.
A partir daí os laços se estreitaram. Conhecer o Mosteiro da Luz, em São Paulo, onde está enterrado o corpo do franciscano era o próximo passo. E foram tantas as visitas que Maria Beatriz perdeu a conta. Numa das vezes participou da festa de troca da imagem. Fez uma oferta e conseguiu trazer a estátua para casa. Convencida pelo então bispo da diocese, dom João Braz de Aviz, doou a imagem para a Igreja. Inconformada, a neta Leandra sempre se queixava. "Porque levaram Galvão de casa", perguntava. Comovido com o apelo da menina, frei Atílio, que fôra de Piraí, mas estava em São Paulo, prometeu a Maria Beatriz um "novo" Frei Galvão.
Entre a promessa e o cumprimento passou mais de ano. E a entrega da imagem aconteceu num momento de muita emoção. Maria Beatriz estava em Santa Catarina quando recebeu um telefonema informando que frei Atílio iria para Piraí do Sul e que pretendia se hospedar na casa da família.
Decidiu retornar ao Paraná naquele mesmo momento. Na estrada, a chuva não dava descanso. E num ponto da pista o veículo, que era dirigido pelo marido, derrapou e capotou. Leandra saltou dos braços da avó e atravessou o pára-brisa do carro.
Maria Beatriz saiu do carro certa de que ia encontrar a neta morta. Mas Leandra, então com 3 anos, veio correndo em sua direção. Um homem que assistiu ao acidente e não acreditou no que os olhos viam se ofereceu para levá-las ao hospital mais próximo. Leandra fez quase todo tipo de exame, mas absolutamente nada aconteceu com a menina. Enquanto estava em observação, viu um comercial que mostrava um acidente. "Foi igual aconteceu com a gente, né vó?". "Foi, mas que bom que a gente não se machucou", respondeu Maria Beatriz. "Eu não me machuquei porque o Galvão me pegou no colo com um papelão", disse a menina.
Para a avó, estava explicado porque ela havia saído ilesa do acidente. Quando chegaram em casa descobriram que frei Atílio havia trazido a imagem que prometera. Hoje a menina tem sete anos e irá declamar nos próximos dias na escola um poema que escreveu contando sua história. "É pura verdade/ Isso mesmo aconteceu/ O homem era Frei Galvão/ e a menina era eu", diz a última estrofe da poesia.
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