A família do estudante Victor Hugo Marques Santos (foto), 20 anos, que cursava Design no Senac e morreu após desaparecer em uma festa na USP, está oferecendo R$ 10 mil por informações que levem ao esclarecimento do caso. O valor foi reunido por amigos e parentes da vítima e será pago por pistas "precisas e concretas".
A iniciativa foi divulgada na tarde de quinta-feira, quando os pais do jovem falaram à imprensa sobre o caso. Qualquer informação sobre suspeitas deve ser enviada a uma página da rede social Facebook criada para colher informações dessa natureza, na qual se manterá o sigilo. A página foi intitulada de "Victor Hugo Mistério".
De acordo com o advogado que representa a família, Ademar Gomes, o objetivo é auxiliar os trabalhos de investigação. "Todas as informações serão repassadas à polícia com o intuito de esclarecer o fato", disse Gomes.
Bastante emocionados, os pais do jovem relataram o drama desde o desaparecimento do garoto, na madrugada do sábado passado. "Ceifaram a vida do meu filho. Queremos saber o que aconteceu", disse o bancário José Marques Santos, pai de Victor. Embora tenha usado o termo "ceifar", Santos explicou que não quis dizer necessariamente que tenha sido um homicídio, mas que a situação toda eventual desorganização da festa e falta de segurança levou seu filho à morte.
Chorando a todo momento, a mãe de Victor, a podóloga Vilma da Consolação, também expressou indignação quanto à morte. "Ele saiu de casa e ele queria voltar. Disso eu tenho certeza. Ele tinha planos para o futuro", disse Vilma.
O caso está sendo investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil paulista. Dezesseis pessoas, entre amigos, familiares e seguranças, já prestaram depoimento para fornecer detalhes da festa na cidade universitária.
Caso
O evento, organizado pelo Grêmio da Escola Politécnica da USP, ocorreu no velódromo da instituição e contou com a presença de 5 mil pessoas. Victor desapareceu na madrugada do sábado e o seu corpo foi encontrado na manhã da terça-feira passada na raia olímpica, a cem metros do velódromo.
Os familiares fizeram críticas ao espaço da festa e à organização. "O velódromo não é lugar para festa, parece um mausoléu, não tem banheiro, nada. Uma criança pode subir e se atirar dali, não há segurança nenhuma, não há uma câmera", disse José Marques. O advogado Ademar Gomes afirmou que pretende acionar judicialmente na área cível a USP, o Grêmio e a empresa de segurança do evento pelo ocorrido.
Os pais encararam de forma positiva a proibição imposta pela direção da Poli a novas festas no câmpus. "Quando soubemos disso, ficamos felizes. Sinal de que nosso anjo já está agindo. Essa perda tem de ser um marco para que outras pessoas não se percam desse jeito", afirmou Marques.
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