A família da adolescente Jenyfer Sthefane, de 16 anos, suspeita de que a morte dela tenha sido provocada pelo uso de anabolizantes. A garota morreu em Osasco, na Grande São Paulo, antes de retocar uma tatuagem, na terça-feira (24). O boletim de ocorrência feito na polícia informa que a morte ocorreu na sexta-feira (27) e que a vítima teve parada cardiorrespiratória após tomar anestesia. O tatuador Fernando Paulo Corrêa, 34, nega.
Primo de Jenyfer, o professor Raimundo Dias da Silva, de 49 anos, afirmou que a adolescente recorria aos anabolizantes "para ficar bonita". "Só que ela começou a exagerar na dose. O corpo dela já era lindo. Não precisava de bomba e foi isso que a matou", contou ele, neste domingo (29).
Para ele, "só o laudo da autópsia" vai confirmar se a jovem morreu por conta das bombas. A mãe da jovem, a bartender Andrenes Augusta da Silva, confirmou a versão do parente. "Eu sabia que ela tomava anabolizantes porque ela própria me contou".
O enterro de Jenyfer está marcado para a manhã desta segunda-feira (30), em Praia Grande, no Litoral Sul de São Paulo, onde ela morava com a avó. A família autorizou a doação de órgãos. Segundo Silva, os médicos retiraram os rins e as córneas da paciente. O primo de Jenyfer revelou que ela conseguia os anabolizantes na academia que freqüentava na cidade litorânea.
O caso
Jenyfer foi internada na terça, mesmo dia em que procurou em Osasco o amigo e tatuador Fernando Paulo Corrêa para terminar o desenho de um dragão que ele tinha começado. O rapaz disse que a jovem começou a passar mal no estúdio antes mesmo de ser atendida. "Ela estava indo muito ao banheiro e, em uma das vezes que voltou, estava pálida. Quando ia falar, caiu no chão e começou a tremer. Gritei e chamei o Samu", disse. "Ela se queixava de dor na barriga, estava inchada", completou.
O tatuador negou que tenha encostado na menina e aplicado anestesia. "Não precisa usar anestesia para fazer tatuagem. Eu nem sei usar isso, sou um leigo. A gente só limpa a pele, usa agulhas descartáveis e passa uma pomada que alivia (a dor)", explicou.
Laudo médico
A Secretaria da Segurança Pública divulgou o boletim de ocorrência, onde consta a informação de que Jenyfer teve a parada cardiorrespiratória e, posteriormente, morte encefálica, constatada no dia 27. De acordo com a assessoria de imprensa da secretaria, a adolescente "foi ao estúdio dia 24, quando tomou uma anestesia, sofreu o mal súbito e o tatuador a levou ao hospital". A notícia da anestesia constaria no laudo médico e não do depoimento de parentes.
Andrenes não soube confirmar se a filha foi mesmo anestesiada antes de morrer. "Não sei de onde surgiu essa história. Só o Fernando estava com ela e ele disse que ela não tomou. Não posso confirmar isso". A bartender veio dos Estados Unidos, onde mora, para o enterro de Jenyfer. No dia 15 de dezembro, a garota embarcaria para ver a mãe.
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