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Tristeza e perplexidade no velório de Cláudia | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Tristeza e perplexidade no velório de Cláudia| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Estatísticas

Número de latrocínios em Curitba está estável desde 2012

Casos de latrocínio não são raros em Curitiba. Estatísticas da Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp) mostram estabilidade no número de assaltos seguidos de morte. No primeiro semestre de 2012 foram 13 casos, contra 12 ocorrências, no mesmo período de 2013, e outras 11, neste primeiro semestre. O número de crimes de julho a outubro ainda não foi divulgado.

De acordo com o delegado Guilherme Rangel, não havia dinheiro ou pertences de valor na bolsa de Claudia que tenham motivado a resistência no momento do assalto. "Eles não levaram a bolsa, está aqui. Só tinha um celular, óculos e uma carteira."

Ele reforça que, embora a reação em um assalto dependa do temperamento da vítima, a orientação da polícia é jamais tentar reter o pertence. "Nunca reaja, você não sabe com quem está lidando. Para os criminosos, a vida é irrelevante, não custa matar alguém. Procure manter calma, apesar do estresse da situação, não faça movimentos bruscos, para não parecer estar reagindo", explica.

No velório da corretora de imóveis Cláudia Mader Munhoz, 55 anos, assassinada após um assalto no Bigorrilho na quinta-feira, o clima era de indignação com a fragilidade na segurança pública. Poucas horas antes do sepultamento, ocorrido às 17 horas de ontem, familiares preferiram não comentar detalhes do crime, mas reforçaram a revolta com a repetição de casos. Somente no primeiro semestre, foram 11 latrocínios em Curitiba. "Se ela estivesse numa rua deserta, de madrugada... Mas estava trabalhando, à luz do dia, numa rua movimentada, e foi brutalmente assassinada. O cidadão não pode só lamentar e voltar a assistir à novela, não podemos ser tão carneiros assim", protestou Anita Maria Munhoz, tia da corretora.

Segundo Anita, amigos e familiares cogitam fazer uma manifestação pacífica, nos próximos dias, para pedir mais segurança. "Isso não pode continuar acontecendo. Era uma mãe de família, que ajudava o filho, os pais. Ela já tinha entregado o carro, era só irem embora, mas atiraram cruelmente. Não podemos nos calar, temos de lutar por mudanças, como a deputada [eleita Christiane Yared] lutou depois da morte do filho."

Cláudia era corretora de imóveis há menos de cinco anos, segundo a tia. Ela tinha um casal de filhos – a filha veio dos Estados Unidos para o velório. "A última vez que a vi foi no casamento do filho dela, em agosto. Ela estava tão linda, fez uma homenagem aos noivos no microfone. Foi uma festa bonita. A família é muito religiosa, não está revoltada com Deus, mas com essa situação. Isso não pode continuar."

Cláudia morreu após ser atingida por dois disparos na Rua Gastão Câmara, entre a Alameda Júlia da Costa e a Rua Martim Afonso, no Bigorrilho. O crime ocorreu por volta das 14h20 da última quinta-feira. Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que a vítima se despede de um casal de clientes, para quem acabara de mostrar um imóvel, e é abordada pela dupla de assaltantes. Ela se recusa a entregar a bolsa e tenta fugir, quando um dos assaltantes dispara. Cláudia morreu na hora.

O veículo dela, usado na fuga dos criminosos, foi encontrado pela Polícia Militar, por volta das 8h15 de ontem, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC). Segundo o delegado Guilherme Rangel, da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV) – que investiga o caso –, ainda não há informações sobre o paradeiro dos criminosos.

Um retrato falado do autor dos disparos, com base no depoimento de duas testemunhas, está sendo divulgado nas redes sociais. O suspeito aparenta ter entre 18 e 22 anos, cor de pele parda clara e 1,70 m de altura. A pedido da polícia, quem tiver qualquer informação pode ligar para o telefone (41) 3314-6400.

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