A Polícia Militar do Rio divulgou que grupos de familiares de policiais se concentram nesta manhã de sábado (11) em frente de 29 unidades da corporação do estado, dando continuidade ao protesto iniciado na madrugada de sexta-feira (10). O ato é pelo pagamento do 13.º salário, do Regime de Adicional de Serviço (RAS) Olímpico e de adicionais pelo programa de metas, todos atrasados. “Não existe paralisação da Polícia Militar, e sim uma mobilização de familiares, iniciada pelas redes sociais”, afirma nota da PM.
“A corporação está atenta às manifestações e conscientizando a tropa da importância da presença policial nas ruas. O patrulhamento está sendo realizado normalmente. As rendições, quando necessárias, são realizadas no lado externo (das unidades), e locais que apresentaram maiores problemas estão com apoio de outras unidades”, esclarece o informe.
A PM informou ainda que respeita as manifestações democráticas e pacíficas, mas ressaltou que “é fundamental que as formas de buscar os nossos direitos não impeçam o ir e vir dos nossos policiais, nem coloquem em risco as nossas vidas, dos nossos familiares e de toda a população”.
O RAS Olímpico é um benefício referente às horas extras que os policiais foram obrigados a fazer durante a Olimpíada de 2016, realizada há sete meses. O programa de metas premia policiais que se destacam no combate a crimes. Não há previsão do governo do Estado para o pagamento desses atrasados, tampouco do 13.º salário.
O governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) promete para o próximo dia 14 o pagamento dos salários de janeiro apenas - em cumprimento ao compromisso estipulado de honrar os pagamentos até o 10º dia útil de cada mês.
Helicóptero
Policiais do 16.º Batalhão de Polícia Militar, em Olaria, na zona norte do Rio, estão sendo deslocados para o trabalho de helicóptero, por determinação do comando, segundo um grupo de cinco mulheres que desde a noite de quinta-feira se mantém na entrada do quartel.
Elas impedem a troca de turnos, em protesto contra o atraso de salários e benefícios pelo governo do Estado. “Dinheiro para pagar combustível de helicóptero tem, para pagar os salários não tem”, criticou uma das manifestantes, que não quis se identificar à reportagem.
Fotos tiradas e divulgadas por elas mostram a chegada de um dos helicópteros ao batalhão. O objetivo do comando é garantir que policiais saiam do batalhão para o patrulhamento nas ruas, e não fiquem bloqueados pelo grupo de mulheres.
Outra imagem mostrada por elas flagra um carro do batalhão sendo abastecido num posto de gasolina próximo. Normalmente, o abastecimento é feito dentro do batalhão, mas com a crise financeira do Estado do Rio, falta combustível.
Este sábado é o segundo dia de movimento das mulheres de policiais militares nas portas de batalhões. Elas seguem controlando a entrada e saída de PMs, que são revistados e impedidos de transportar o próprio material de trabalho, como uniformes, armas e coletes à prova de balas. As mulheres instalaram barracas, mesas e cadeiras de praia.
A organização delas vem se dado por meio de mensagens de WhatsApp, pelas quais programam a escala de revezamento, de modo a não deixar o portão sem bloqueio em nenhum momento do dia. Com isso, elas pretendem manter a pressão ao governo no sentido de regularizar os pagamentos da categoria. “Sem salário, sem polícia”, diz o cartaz na frente do 16.º BPM.
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