Amigos e familiares da fisiculturista Renata Muggiati, que morreu aos 32 anos após cair da janela do apartamento onde morava no centro de Curitiba, fizeram uma caminhada neste sábado (19) pelo fim da violência contra a mulher. Eles saíram por volta das 19 horas da Paróquia Nossa Senhora das Dores, a Igreja do Passarinhos, onde foi realizada a missa de sétimo de dia, em direção até a Praça da Espanha, onde encerram o ato.
As circunstâncias da queda ainda não foram esclarecidas pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), responsável pela investigação do caso, mas após a morte da fisiculturista surgiram informações sobre agressões físicas que teriam sido praticadas contra ela pelo namorado.
Em depoimento ao DHPP, o advogado Claudio Dalledone, que é amigo de um ex-namorado da fisiculturista, disse ter sido procurado por ela, através da rede social Facebook, dias antes da morte. Dalledone contou que a atleta alegava ser vítima de violência e chegou a enviar fotos com hematomas no corpo, supostamente provocados pelo namorado. Dalledone afirmou ter aconselhado que ela fizesse um boletim de ocorrência na Delegacia da Mulher, mas o registro não foi feito.
O advogado Paulo Hernani de Menezes Junior, que tem atendido o médico esportista no caso, tem dito que seu cliente sustenta que Renata enfrentava uma depressão. Ela teria tentado suicídio em duas situações, mas teria sido impedida pelo namorado, ainda segundo o advogado Paulo Hernani de Menezes Junior. A reportagem não conseguiu contato com ele neste sábado para tratar do depoimento de Dalledone.
Irmã mais velha de Renata, a florista Tina Gabriel contou que nunca soube de agressões, mas que a família não tinha ligação com o namorado. “Eles não tinham convívio com ninguém, não tinham vida social. Especialmente nos últimos dois meses, ela se isolou, se afastou dos amigos. Se ela tivesse dito alguma coisa para mim sobre agressão, teria sido uma única vez. Ela sabe que a gente jamais admitiria isso”, afirmou ela. O relacionamento do casal tinha menos de um ano.
O ato deste sábado, segundo Tina, levanta “a bandeira contra a violência doméstica”. “Quantas Renatas não fazem boletim de ocorrência?”, afirmou ela.
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