Familiares e amigos de Natália Mingoni Ponte, 29, mãe do menino Joaquim Ponte Marques, 3, realizarão uma manifestação na sexta-feira (10) em São Joaquim da Barra (382 km de São Paulo) para provar a inocência dela na morte do filho, ocorrida em novembro em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo).
A favor de Natália, eles criaram o grupo "Nós por Natália" numa rede social. A manifestação está marcada para acontecer às 18h30, na escadaria da Igreja Matriz da cidade.
"O objetivo é tentar mostrar à população que existem lados obscuros em todo esse acontecimento", informou o grupo em nota enviada à reportagem. Para os familiares e amigos, Natália está sendo vítima de linchagem, "embora seja comprovadamente inocente".
"Se não for dada voz à Natália, nós seremos cúmplices de uma injustiça grotesca (...). Esperamos que a sociedade seja mais bem informada para que possa elaborar seu juízo de valor com base na verdade dos fatos pois uma situação tão trágica não pode ser analisada através de sensacionalismo ou falácias", disse o grupo, na nota.
De acordo com o irmão de Natália, Alessandro Ponte, a família não teve mais contato com ela desde que ela foi transferida para o presídio Santa Maria Eufrásia Pelletier, em Tremembé (147 km de São Paulo), anteontem.
Natália está presa preventivamente e foi denunciada pelo Ministério Pública por suspeita de omissão na morte de Joaquim. Ela ficou presa temporariamente por um mês, depois que o corpo da criança foi encontrado no rio Pardo, em Barretos (423 km de São Paulo), cinco dias após a família comunicar à polícia o seu desaparecimento.
Guilherme Raymo Longo, 28, marido de Natália e padrasto de Joaquim, foi denunciado por suspeita de homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.
Segundo a Promotoria e a polícia, o menino foi morto por causa de uma alta dosagem de insulina, aplicada por Longo, dentro da casa da família. Depois, de acordo com a denúncia, o corpo de Joaquim foi jogado no córrego Tanquinho, a 200 metros de distância do local.
No momento do crime, Natália estava dormindo. Para o promotor Marcus Tulio Alves Nicolino, Natália foi omissa porque sabia dos riscos que o filho sofria enquanto conviva com Longo, já que em depoimentos à polícia ela relatou comportamentos agressivos do marido e ciúme de Joaquim, por ele ser filho de outro relacionamento.
Longo também está preso preventivamente e está na penitenciária José Augusto César Salgado, a P-2, em Tremembé.
Os advogados de defesa do casal já entraram com pedido de habeas corpus no TJ (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo), mas ainda não houve decisão. Ambos alegam inocência.
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