As famílias de duas vítimas envolvidas em um acidente na BR-376 na manhã de domingo (19), na região de Ponta Grossa, esperaram mais de 12 horas até a liberação dos corpos pelo Instituto Médico Legal (IML). Segundo as famílias, não havia médico legista de plantão no IML. Eles foram informados de que um médico de Curitiba iria à cidade para fazer a liberação.
José Dirceu Mendes, de 59 anos, que conduzia um Fiat Uno, e José Valdori Gonçalves da Silva, de 63, que dirigia uma van, colidiram frontalmente por volta das 5h30 do domingo. Silva desceu da van para prestar socorro ao outro motorista, acompanhado de um caminhoneiro que parou para ajudar, e os dois foram atropelados por uma Eco Sport que passava pelo local e ainda atingiu o Uno. Os dois motoristas morreram com o impacto desse segundo acidente. O caminhoneiro foi encaminhado em estado grave para o hospital.
O filho de Mendes, Márcio Mendes, informou que o corpo ficou no IML das 8h30 às 19h45. “Foi um descaso, falta de respeito, nunca pensei que ia ver isso na vida. Não dão a mínima para a família que está lá esperando”, diz. Ao saber do acidente, a família de Mendes veio de Ivaí, na região dos Campos Gerais, e esperou na capela para poder velar o corpo, que chegou às 22h30. No caso de Silva, a demora foi ainda maior. A liberação aconteceu apenas às 23 horas, segundo o irmão da vítima, João Verci Gonçalves. “O médico se atrasou”, diz. Os dois foram enterrados no início da tarde desta segunda-feira (20).
A direção do IML de Ponta Grossa não quis se pronunciar. Desde a semana passada, a unidade do município está sem médicos legistas, pois alguns pediram licença e outros estão de férias. Assim, a direção criou uma escala de atendimento com médicos de Curitiba, mas a presença deles na cidade depende do número de corpos para liberação. Sobre o ocorrido, a Secretaria Estadual de Segurança Pública do Paraná informou que a direção do IML está buscando um novo nome para assumir o cargo de diretor na unidade de Ponta Grossa e que, para garantir o atendimento em casos emergenciais, médicos-legistas de Curitiba estão se deslocando para a cidade, até que a situação seja normalizada.
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