Um grupo de aproximadamente 80 produtores rurais que tiveram prejuízos após a Copel abrir as comportas da Usina Hidrelétrica José Richa (Salto Caxias) se reuniram nesta segunda-feira (18) com representantes da Copel (Companhia Paranaense de Energia Elétrica) e a defensoria pública na sede do 6.º BPM (Batalhão de Polícia Militar) em Cascavel, no Oeste.
Eles cobram da companhia indenizações pelos danos sofridos após a abertura do vertedouro quando fortes chuvas atingiram o estado no início de junho. Com o impacto das águas muitas casas foram literalmente levadas rio abaixo nos municípios de Realeza, Capanema, Capitão Leôndias Marques, Boa Vista da Aparecida e Nova Prata do Iguaçu.
O superintendente de gestão do patrimônio imobiliário da Copel, Carlos Eduardo Medeiros, reconhece que produtores tiveram problemas em função da abertura do vertedouro, mas diverge quanto aos números apresentados pelos moradores. Segundo ele, a abertura afetou diretamente 60 famílias, mas os agricultores dizem que foram pelo menos 315.
Somente em Capanema, os produtores afirmam que 111 famílias foram afetadas, mas a Copel não reconhece nenhuma delas. Segundo Medeiros, os laudos foram feitos de forma individual nas propriedades.
"A gente está tratando os casos de indenização em que a Copel entende em que ela teve uma influência por causa da operação da usina", diz. Ele afirma que a Copel estuda uma "ajuda humanitária" as demais pessoas atingidas, mas não uma indenização.
Para o defensor público Diego Martinez Fervenza Cantoario, que acompanhou a reunião, a Copel tem responsabilidade pelos danos em bem mais de 60 propriedades. Ele pretende entrar com ações judiciais individuais para tentar reverter os prejuízos dos agricultores. "A defensoria não concorda com a proposta da Copel e nós acreditamos que muitos desses danos causados pela Copel devem ser indenizados e que a maior parte é, sim, de responsabilidade da Copel", afirma Cantoario.
O produtor Romeu Kafer, de Capanema, afirma que a situação está insustentável e que se não houver uma resposta imediata a população vai ocupar a usina. "A gente ficou totalmente sem chão. Uma coisa que me inspirava na propriedade era acordar todo o dia de manhã e olhar aquela coisa bonita que a gente tinha. Hoje quando a gente vai lá só vê os destroços", lamenta.
A proprietária Tereza Richik, de Capanema, não esconde as lágrimas ao falar sobre o momento em que as águas invadiram sua casa levando móveis e tudo o que havia na casa. Hoje, ela diz que a situação é de muita tristeza. "Está horrível, é a coisa mais difícil do mundo sentar na área de casa e ver toda aquela sujeira. É a coisa mais triste do mundo. Vamos ter que fazer uma manifestação, trancar as ruas e passar para a barragem", diz.
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