Vinte e seis famílias do Conjunto Santa Rita, no Tatuquara, correm o risco de ser retiradas do local, caso não efetuem o pagamento ou renegociem as dívidas com a Companhia de Habitação de Curitiba (Cohab). Além destas, outras 22 receberam ontem notificações extra-oficiais para negociar com o órgão o pagamento das prestações em atraso. O diretor-presidente da Cohab, Mounir Chaowiche, lembra que "não está havendo um despejo coletivo, mas sim a cobrança legal de um contrato de moradia."
Moradores do loteamento desde 1997, eles alegam que não pagam a prestação do lote porque no local não há infra-estrutura. Segundo a professora Maria do Rosário Santos, 50 anos, dona de um dos lotes notificados judicialmente e que nunca foi pago, o conjunto passa por problemas de aterro, rachaduras nas casas, problemas com manilhas e rede de esgoto ineficiente. "Quando chove os dejetos voltam para dentro de casa", afirma a professora. A ordem recebida por ela, caso não haja deliberação judicial, é de despejo em 10 dias e cancelamento de contrato.
A Cohab afirma que houve obras de melhorias nos últimos anos. Segundo a companhia, atualmente, 80% das ruas estão pavimentadas e diversos equipamentos foram construídos. "Infelizmente, os moradores fazem intervenções erradas, causando problemas para todos", alerta Chaowiche. Ele aponta que das 2.327 famílias do local, 1,6 mil estão inadimplentes. "Nem por isso eles estarão em vias de despejo. O que é preciso ter em mente é que a Cohab não faz doação."
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