A reportagem conseguiu conversar apenas com o pai de um rapaz que está preso provisoriamente há um mês, por estelionato. Ele falou pouco ao telefone e pediu para desligar. O motivo: medo de represálias, de ser preso também ou de que algo afirmado seja usado contra ele: "Sabe como é. Foi a primeira vez do meu filho e eu nunca tinha me envolvido com isso. Não sei em quem posso confiar".

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A justificativa foi a mesma em outras tentativas de entrevista. Quando questionados se concordariam em falar e ser fotografados, os familiares se recusavam – todos disseram que querem ver o parente solto o mais rápido possível, mas temem que a entrevista possa prejudicá-los. Também não foi possível conseguir autorização de delegados para fotografar as celas. Até mesmo os dados são incompletos: não há no Departamento Penitenciário Nacional (Depen) estatísticas sobre os presos provisórios em delegacias do Brasil, somente em presídios. No Paraná, a Secretaria de Segurança Pública se limitou a informar que são 5 mil, mas também não quis detalhar qual a situação deles e qual é o total de presos nas cadeias. (PM)

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