Desde o início desta semana ao menos três famílias do bairro Cidade Jardim, em União da Vitória, no sul do Paraná, tiveram de deixar suas casas por causa da altura do Rio Iguaçu. Segundo a Defesa Civil, as casas não foram invadidas pela água, mas, para entrar nas residências já eram necessárias botas de borracha ou então caminhar com água até os joelhos.
O alerta de risco de alagamento só é emitido quando o rio Iguaçu atinge os 5,75 metros em uma das réguas de medição que fica embaixo da Ponte Férrea, o que ainda não ocorreu. Pouco acima disso, aos 6 metros, é que a água começa a invadir casas.
A possibilidade de enchente em União da Vitória parece estar se esgotando ao passo que as chuvas pararam de cair. Mesmo com o rio marcando 5,46 metros às 17 horas desta sexta-feira (24), não há previsão de que mais chuva caia para que o nível aumente. O tempo fechado com chuva intensa e muito vento só foi registrado na segunda-feira (20) e nesta sexta-feira não houve precipitações fortes. De acordo com os modelos meteorológicos do Simepar, não há indicação de chuva para a cidade neste final de semana.
Por outro lado, o diretor da ONG Sociedade de Estudos Contemporâneos – Comissão Regional Permanente de Prevenção Contra Cheias do Rio Iguaçu (Sec-Corpreri), Dago Woehl, diz que não são somente as chuvas que caem em União que preocupam, mas, sim, aquelas que acumulam nas regiões acima do município. “Uma gota que cai na capital, por exemplo, demora sete dias para passar pelo Iguaçu aqui na região”, explica.
Caso alguma família precise de ajuda com mudanças, a Defesa Civil tem à disposição 20 caminhões para fazer o serviço. Os pedidos podem ser feitos pelo telefone de emergência 193.
Parque Linear
As construções do Parque que percorrem 4,5 quilômetros na margem do Rio Iguaçu tiveram de ser suspensas por causa da água. O terreno fica bem próximo ao rio e qualquer chuva é motivo de pequenos alagamentos.
O Parque Linear é um investimento feito pela Administração Municipal e Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel) para revitalizar o antigo “Parque Ambiental”. A obra está dividida em seis setores e alguns deles compreendiam espaços de área ribeirinha. Pouco mais de 300 famílias que moravam nesses locais foram realocadas nos últimos dois anos em programas habitacionais da Companhia Paranaense de Habitação (Cohapar) e Companhia Municipal de Desenvolvimento e Habitação (CIAHAB).
Segundo o coordenador de operações da Defesa Civil, Marco Antônio Coradin, caso essas famílias não tivessem sido realocadas, neste ano, em especial em julho, já haveria muitas delas seguindo para o centro de eventos da Fricesp, onde ficavam alojadas até as águas do Iguaçu baixarem.