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Habitação

Famílias dormem na rua em protesto contra Cohab

Manifestantes colocaram lonas e colchões na Rua Clóvis Bovin, no Tatuquara: Guarda Municipal monitora o acampamento | André Rodrigues/ Gazeta do Povo
Manifestantes colocaram lonas e colchões na Rua Clóvis Bovin, no Tatuquara: Guarda Municipal monitora o acampamento (Foto: André Rodrigues/ Gazeta do Povo)

Um grupo de 41 famílias está acampado no meio da Rua Clóvis Boving, dentro do conjunto habitacional Moradias Cerâmica, no bairro Tatuquara, em protesto contra a Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab). As cerca de 100 pessoas, entre elas 30 crianças, prometem ficar no local até conseguirem um lugar para morar. O grupo chegou a invadir 131 residências no conjunto na quinta-feira passada após pegar as chaves das casas na sede da construtora responsável, localizada na mesma área. Na tarde desta terça-feira, a Guarda Municipal desocupou as casas, sem registro de violência. Ontem à tarde, o grupo prometia invadir mais uma casa para abrigar as crianças.

De acordo com a representante do grupo, Luzia Andrade, 40 anos, os manifestantes são de uma área de risco, às margens de um córrego, chamada Vila Bela Vista da Ordem, também no Tatuquara. Eles afirmam ter se cansado de aguardar a Cohab para resolver o problema de moradia. A reportagem apurou que há moradores de outras áreas de risco de Curitiba, como o Jardim Pantanal. As famílias já passaram quatro noites no local, duas delas com chuva.

Segundo Luzia, a ideia inicial não era invadir a área. "Quando chegamos aqui, os sobrados estavam sendo depredados por adolescentes que não eram moradores. A gente viu as portas arrebentadas e entrou", afirma.

A Guarda Municipal monitora o protesto e garante que permanecerá na vila até que todas as casas sejam ocupadas pelas famílias registradas pela Cohab.

Espera

Marizete Morais, 30 anos, trabalha como empregada doméstica e afirma estar aguardando uma casa da Cohab há dez anos. "Morava na Vila Nova, no Jardim Pantanal, e não tenho onde morar", conta. Ela tem dois filhos, de 9 e 10 anos. Marizete explica que sempre procura a companhia para checar a possibilidade de ser contemplada. "Estou aqui para ver se consigo a minha casa". A assessoria de imprensa da Cohab não encontrou o nome de Marizete na lista de espera, mas prometeu verificar novamente nesta quinta-feira.

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