São Paulo - Na próxima semana, representantes da Associação dos Familiares das Vítimas do Voo AF447 irão a Brasília para pedir agilidade na entrega dos atestados de óbito das vítimas brasileiras que não tiveram os corpos localizados. O Airbus A330 da Air France caiu no Oceano Atlântico com 228 pessoas a bordo em 31 de maio, quando fazia o trajeto Rio-Paris, mas apenas 50 corpos foram resgatados, 20 deles de brasileiros.
"Quando o corpo não é encontrado, pelos trâmites normais demoraria dois anos para conseguir o atestado, mas como o acidente foi de conhecimento mundial e não existe a possibilidade de existirem sobreviventes, vamos pedir mais rapidez", afirmou Nelson Marinho, presidente da associação, que representa familiares de mais 30 vítimas brasileiras. Ele perdeu um filho na tragédia.
Marinho reclama ainda que o Escritório de Investigações e Análises (BEA, na sigla em francês) passa poucas informações às famílias sobre a apuração do caso. "Eu quero informações, quero encontrar um culpado, já que perdi meu filho", disse.
No dia 29 de setembro, a associação dos familiares participa de uma audiência pública da Comissão dos Direitos Humanos no Senado Federal. O BEA e a Air France também foram convidados para participar da audiência. A associação também pediu uma audiência com o presidente Lula e aguarda resposta.
As causas do acidente investigadas pela França ainda não foram esclarecidas. No início de julho, os especialistas do BEA descartaram a hipótese de desintegração do Airbus, mas não determinaram as causas da queda. Na ocasião, o presidente da Empresa Europeia de Aeronáutica e Defesa (Eads), que controla a Airbus, Louis Gallois, afirmou que neste tipo de acidente, não existe apenas uma causa. "É a convergência de diferentes causas, criando um acidente. É essencial para que todos saibam o que aconteceu".
Após o acidente, parentes dos ocupantes brasileiros da aeronave oficializaram no Rio a criação da Associação das Famílias das Vítimas do Voo 447. Segundo representantes da entidade, a associação pede empenho nas investigações sobre as causas do acidente, principalmente para evitar que outras tragédias como esta ocorram.
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