Famílias tentam se recuperar depois da enchente de sábado

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Ontem o dia foi de muito trabalho para as famílias atingidas com a enchente de sábado no litoral do estado. Em Guaratuba, o município mais atingido pela cheia, as 15 pessoas desalojadas, que ficaram abrigadas na Unidade Social Marcílio Dias, conseguiram retornar às suas casas no fim da tarde de sábado.

Mesmo assim, a descascadora de camarão Marli de Fátima Divino Branco, 48 anos, decidiu passar a noite na casa de uma vizinha, no bairro Mirim, um dos mais afetados, para ter tempo de colocar sua casa em ordem. Os prejuízos ainda estão sendo contabilizados por Marli, que comemorou o fato de sua geladeira ainda estar funcionando. Com os colchões para fora de casa e móveis erguidos, ela lembra que, em cinco anos, este foi o segundo alagamento que atingiu a sua casa.

Em 2001, a família de Marli chegou a perder tudo com a enchente. Desta vez, um dos mais prejudicados foi o seu filho, Gandhi, 8 anos, que além de perder todo o material escolar, não tinha roupas para vestir. "Não sem nem como ele vai amanhã para a escola." A comida também foi perdida. "Ainda bem que o meu cunhado trouxe um pouco de alimento para ajudar", conta.

Já a família do pintor letrista Marcelo Joselito da Silva, 35 anos, ainda tentava se recuperar do susto. Ele, a esposa, Andréa, 25 anos e os quatro filhos, Augusto, 7 anos, Cristian, 6 anos, Caíque, 1 ano, e Alice, 20 dias, permaneceram ilhados por cerca de duas horas. A água chegou a ficar a 30 centímetros da porta da casa. "Dá medo de não vir alguém a tempo e da gente perder as coisas".

A prefeitura de Guaratuba distribuiu cestas básicas às famílias atingidas pelo alagamento. O prefeito, Miguel Jamur, afirma que o problema não foi causado por falta de infra-estrutura. "Foi uma chuva muito forte que coincidiu com a alta da maré e atingiu as regiões mais baixas", diz. De acordo com ele o município fez a limpeza de 11,3 mil metros nos principais canais da cidade com retroescavadeiras. "Se não fosse isso, as conseqüências poderiam ter sido piores", afirma.