Seis dias depois de começar a valer, a obrigatoriedade do uso dos faróis baixos em rodovias durante o dia já levou a Polícia Rodoviária Federal (PRF) a aplicar cerca de 3 mil infrações no Paraná - uma média de 500 infrações por dia. De acordo com a PRF, esse número engloba principalmente as autuações dos primeiros dias da nova regra, que, se descumprida, pode levar à multa de R$ 85,13.
Ainda assim, a média é menor que a registrada no estado de São Paulo, onde 37 veículos são autuados por hora. A Polícia Militar Rodoviária de São Paulo divulgou um balanço nesta quinta-feira (14) com 4.449 multas.
Na segunda-feira (11), a PRF divulgou uma estimativa nacional das autuações no primeiro final de semana da lei em vigor. Os dados incluíram autuações feitas entre a 0h01 de sexta e 23h59 de domingo e mostraram cerca de 3 mil infrações em todo o país.
“Nos primeiros dias, registramos muitos casos envolvendo o uso de farol baixo desligado. Mas o número vem caindo expressivamente”, afirma o inspetor Wilson Martinez, da PRF do Paraná. Ele reforça, no entanto, que a maioria das infrações está ocorrendo por confusão com as luzes do carro. “As pessoas estão transitando nas rodovias com a chamada meia-luz, ou luz de posição, segundo o Código Brasileiro de Trânsito. Então não estão cumprindo a nova determinação por engano. Luz de posição não é farol baixo”, afirma.
A dica da PRF para evitar a confusão é que, ao dar a partida no veículo, o motorista dê dois cliques na chave seletora do sistema de iluminação do carro. “A partir disso, ele já estará cumprindo as novas determinações da lei. São dois cliques”.
Outra dica para os motoristas que estão em dúvida é que o farol baixo é o que é usado à noite pelos carros nas cidades. “Não tem erro”, completa.
Nova lei
A norma regulamenta uma orientação de 1998 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), reiterada pela PRF, que recomenda o uso de faróis em luz baixa porque o sistema de iluminação é elemento integrante da segurança dos veículos.
Desde 2009, o número de acidentes de trânsito no Brasil deu um salto de 19 por 100 mil habitantes para 23,4 por 100 mil habitantes, o maior registro na América do Sul, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Os números são piores dos que os registrados em Bolívia (23,2), Paraguai (20,7) e Argentina (13,6).
Entre os dez países mais populosos do mundo, o Brasil “cumpre” quatro dos cinco principais fatores de risco no trânsito: uso de cinto de segurança, capacete, limite de velocidade, segurança para crianças e proibição de ingestão de bebida alcoólica antes de dirigir.