Acusado de planejar a explosão da muralha da Penitenciária Adriano Marrey, em Guarulhos, na Grande São Paulo, para libertar centenas de presos do Primeiro Comando da Capital (PCC), Fernando Henrique Pereira de Souza, de 27 anos, foi solto apesar de sua prisão preventiva ter sido decretada pela Justiça. É que os policiais de plantão na Superintendência da Polícia Federal em São Paulo não sabiam da decisão judicial até a zero hora de quarta-feira (15), quando expirava o prazo da prisão temporária. Por isso, pensando que não havia ordem legal para mantê-lo preso, soltaram o acusado.

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O Departamento de Inquéritos Policiais (Dipo), do Tribunal de Justiça de São Paulo, havia enviado um fax para a PF informando que a prisão temporária de Souza havia sido convertida em preventiva. O documento chegou às 20h20 de terça-feira a uma sala da Delegacia de Repressão a Entorpecente (DRE). O problema é que a delegacia estava fechada. Naquele horário, só havia policiais de plantão na superintendência, na Lapa, na zona oeste. São eles que cuidam da carceragem e do recebimento de documento após o expediente normal.

O fato deixou os policiais federais que trabalharam no caso frustrados. A DRE enviou a petição 402/404 para o Dipo, reclamando que os funcionários do departamento não tiveram a preocupação de comunicar o fato à Polícia Federal. Os delegados federais informaram que haviam pedido a decretação da prisão preventiva do acusado no dia 9.

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Eles informaram que aguardaram uma reposta da Justiça até o fim do expediente de anteontem, às 18 horas. À noite, ainda verificaram se alguma notificação havia sido enviada ou entregue por oficial de Justiça ao plantão da PF. A frustração dos policiais da DRE se justifica pelo fato de eles considerarem Souza uma pessoa importante no esquema de tráfico de drogas montado pelo PCC.