A Secretaria de Estado da Educação (Seed) paralisou as atividades do centro de capacitação de professores de Faxinal do Céu, em Pinhão, na região Centro-Sul do Paraná, nos meses de fevereiro e março. A medida foi tomada para deslocar os professores para as salas de aula e minimizar o problema da falta de docentes no início do ano letivo na rede estadual. Segundo a superintendente da Seed, Merojy Kvet, até abril haverá uma definição sobre o uso do espaço. Por enquanto, não há eventos agendados para 2011 em Faxinal. Comerciantes do vilarejo e funcionários do centro estão temerosos.
Em janeiro, a secretaria determinou o remanejamento de oito professores que estavam lotados no centro de capacitação para as escolas, além de dispensar 15 estagiários e 40 funcionários terceirizados que trabalhavam no refeitório. Foram mantidos no local 15 servidores efetivos e 40 funcionários terceirizados dos setores de limpeza, manutenção e vigilância. Eles são responsáveis por cuidar de toda a estrutura do centro, que tem um auditório e 238 chalés usados para alojar professores que participam dos treinamentos.
De acordo com Merojy, a paralisação foi determinada porque não havia agenda para o primeiro trimestre e porque as escolas precisavam dos professores. Ela não adianta, no entanto, se Faxinal será desativada ou se o serviço será transferido para outra cidade do estado. "Internamente, temos capacitações previstas, mas ainda não dá para afirmar o que acontecerá", completa. "Torcemos para que o centro continue", afirma a agente educacional de Faxinal Rosemare Ramos.
Desde o início do ano, a coordenação do centro de capacitação passou da Seed para o Núcleo Regional de Educação de Guarapuava. O chefe do Núcleo, José Valdir Kukelcik, confirmou que espera orientações da secretaria. "Fomos convocados para organizar o centro até que haja uma definição", explica.
A vila de Faxinal do Céu foi inaugurada em 1995 e era conhecida como Universidade do Professor. Em 2009, foram realizados 35 eventos no local com a participação de 17.668 pessoas. No ano passado, foram 42 eventos para 16.920 pessoas.
Comércio
O vilarejo tem 15 estabelecimentos comerciais que dependem, na maioria, do movimento gerado pelos visitantes do centro de capacitação. Para a dona de farmácia, Carol Loures Wolski, as atividades precisam ser retomadas para evitar um "caos" na economia local. "Estou perdendo remédios porque não tem para quem vender e eles têm prazo de validade", comenta. "A vila não comporta todos esses pontos comerciais. Se o centro não voltar, não sei o que vamos fazer", queixa-se Eliane Aparecida Martins Mendes, proprietária de dois mercados e uma lanchonete.