O Movimento Terra Trabalho e Liberdade (MTL) já incendiou cinco das dez fazendas que ocupou com suas 700 famílias entre os municípios de Ulianópolis e Paragominas, no leste do Pará, segundo denúncia de fazendeiros da região. O MTL afirmou ter montado acampamentos dentro das propriedades e que as famílias precisam da terra para morar e plantar. O MTL promete continuar nas fazendas e cobra dos órgãos fundiários a desapropriação de todas as propriedades para assentamentos. "A maioria dessas terras é grilada e os fazendeiros não têm como comprovar a propriedade", afirmou o movimento.

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"Como as autoridades do Pará nada fazem para garantir o nosso direito de propriedade vamos ter de expulsar esse pessoal à bala", afirmou o capataz de fazenda José Benedito dos Santos. Ele se diz "jurado de morte" pelos sem-terra. A maioria dos fazendeiros tem sido procurada por pistoleiros que oferecem seus serviços para retirar "na marra" os invasores. Um deles chegou a pedir R$ 500 por cada família que conseguir expulsar.

O pecuarista Camillo Uliana, dono de onze fazendas em Ulianópolis e Paragominas, se queixa que os sem-terra já destruíram e atearam fogo nos pastos de suas propriedades. As terras dele foram as primeiras invadidas pelo MTL. Na fazenda Artur Reis, segundo o gerente Francisco Soares de Melo, o estrago é enorme. "O fogo já destruiu toda a reserva legal e continua avançando sobre os 550 hectares da fazenda", informou Melo, acusando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de nada fazer para punir os crimes ambientais praticados pelos sem-terra.

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Melo não conseguiu fazer o registro policial do incêndio porque na delegacia de Ulianópolis não havia delegado ou escrivão. "O fogo está incontrolável, já destruiu pontes, cercas e um pomar. As abelhas acabaram e a caça desapareceu. Encontramos quinze cotias e tatus mortos, sufocados pela fumaça e pelo fogo", afirmou.