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Os investigadores do FBI, a Polícia Federal dos Estados Unidos, mais perguntaram do que responderam durante as quase três horas de reunião com Tânia Vicentini, mãe da estudante Carla Vicentini, 23 anos, que está desaparecida há 103 dias. Carla foi vista pela última vez saindo do Adega’s Bar, na Ferry Street, a principal avenida de Newark, no estado americano de New Jersey, em 09 de fevereiro deste ano e desde aquela data está desaparecida.

O encontro aconteceu na manhã desta segunda-feira (23) na sede do FBI em Newark, no estado americano de New Jersey, cerca de 35 quilômetros de Nova York. Além de Tânia e do FBI, investigadores da polícia de Newark, que estão no caso, participaram da reunião.

Sem notícias sobre o trabalho da polícia, em virtude da maneira extremamente sigilosa que cuida dos casos, a audiência era a grande esperança que a família tinha para saber do andamento das investigações. "Não foi o que eu esperava, porque eu queria que eles me dessem a minha filha, mas eu pude ver com meus próprios olhos que eles estão muito empenhados na solução deste caso", avalia. "Agora eu saio daqui (EUA) e deposito minhas esperanças no trabalho deles (polícia)", completa a mãe da estudante. "Eles queriam saber tudo sobre a Carla. Tudo mesmo. Eu ajudei no que eu pude, agora está nas mãos deles (polícia), mas principalmente nas mãos de Deus", disse Tânia muito emocionada. Os agentes, além de informações do perfil da Carla, perguntaram sobre as roupas da estudante, se Carla tinha conta bancária, senhas do Orkut e e-mail, entre outras muitas coisas. Mas, por repetidas vezes, os agentes pediam para que os detalhes da conversa não "vazasse", para não atrapalhar as investigações.

Linhas de investigação

Do pouco que foi dito pelos detetives, alguns pontos chamaram a atenção de Tânia. A mais contundente foi em relação as possibilidades do desfecho do caso. Os agentes do FBI afirmaram que não trabalham com apenas uma linha de investigação, e sim algumas. Mas, claro, nada foi comentado. Sobre o trabalho dos agentes, a polícia confirmou que já foram feitas buscas em florestas, matas e no rio Passaic, localizado na cidade de Newark, mas que infelizmente não tem pistas. "Até com mendigos eles falaram. Hospitais, clínicas, tudo já foi vistoriado", conta Tânia.

Algumas denúncias, sobre um possível aparecimento de Carla, chegaram até a polícia, mas todas foram checadas e, para infelicidade da família Vicentini, todas infundadas. Num destes casos, uma câmera instalada numa praça captou imagens de uma mulher com as mesmas características da estudante paranaense. Os agentes foram até o local, localizaram a menina, mas, assim como nos outros casos, não passou de um alarme falso.

Tanto a polícia quanto Tânia têm impressões semelhantes quando a questão se trata da possibilidade de encontrar a Carla com vida. Para os agentes, "não há elementos que nos leve a crer que ela está morta, porém também não há indícios de que esteja viva". Para a mãe, o tempo (quase quatro meses) leva a crer no pior, mas como o corpo não foi encontrado ainda há esperanças.

Esforço e lágrimas

No fim da reunião, com o clima um pouco menos tenso, Tânia aproveitou para agradecer pessoalmente todo o esforço que os investigadores, tanto do departamento de polícia de Newark, quanto do FBI, estão fazendo desde o início do caso. "Muito obrigado por tudo que vocês fizeram e têm feito. Com o meu retorno ao Brasil, vocês se tornam a minha voz aqui (EUA) e a minha esperança de saber a verdade sobre o que aconteceu com a minha filha. Saibam que em Goioerê (Noroeste do Paraná), a minha família está desmoronando e espera informações sobre o caso", disse em meio as lágrimas.

Sensibilizados à dor da mãe, os agentes mostraram profunda tristeza e, ao se despedirem, pediram desculpas por ainda não terem uma solução para o caso e reafirmam que estão e farão tudo para encontrar a verdade sobre o desaparecimento de Carla Vicentini.

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