São Paulo registrou a primeira morte por febre amarela silvestre desde 2009. A vítima é um homem de 38 anos, operário da construção civil, que morava em Bady Bassit, região de São José do Rio Preto. O Aedes argypti também é um dos vetores da doença.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, a doença foi contraída em área de mata – possivelmente na própria região – e as medidas sanitárias pertinentes estão sendo adotadas. O óbito foi comunicado ao Ministério da Saúde na última semana, ainda conforme a pasta estadual.
O homem – cujo nome não foi revelado – morreu no último dia 8 de abril, no Hospital de Base de São José do Rio Preto. Ele, que trabalhava na construção de uma creche do município, estava internado desde o dia 26 de março, cinco dias após ter começado a passar mal em Bady Bassitt (a 450 km de São Paulo), onde morava havia seis meses.
Lilian do Nascimento, coordenadora de endemias e educadora em saúde da cidade, disse que o operário começou a passar mal no dia 21 de março e foi atendido numa unidade de saúde com quadro semelhante ao da dengue – febre e dores no corpo.
“Como o quadro se agravou, resolvemos fazer o protocolo, que consiste em controle de criadouros e nebulização. Normalmente só fazemos isso após a confirmação da dengue, mas como o quadro tendia a ser dengue com agravo, fizemos a nebulização também”, disse.
Os sintomas comuns, além de febre, são dor de cabeça aguda, dores no corpo, vômito e fraqueza. Em casos graves, a pessoa pode ter febre alta e icterícia (cor amarelada na pele e branco dos olhos) e ver o quadro evoluir para choque e insuficiência de múltiplos órgãos.
Segundo dados do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), órgão da secretaria, a morte em Bady Bassitt foi a primeira registrada no Estado nos últimos sete anos.
Em 2009, foram confirmados 28 casos, com 11 mortes. Antes daquele ano, somente em 2008 e 2000 foram registradas mortes segundo a série histórica do CVE, iniciada em 2000. Em 2008, foram dois casos, com duas mortes. Situação idêntica ocorreu em 2000.
A suspeita é que a vítima tenha frequentado regiões de mata para pescar, onde há muita vegetação e macacos, que são os hospedeiros da doença. Na cidade, o vírus é transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti, o mesmo da dengue, zika e chikungunya, enquanto na mata o vetor comum é o mosquito Haemagogus.
“Certamente ele não era vacinado. Não se pensava em febre amarela, por não existir casos na região, até o resultado positivo chegar na última semana”, disse.
Ainda conforme ela, a investigação sobre o provável local de infecção está sendo feita pelo Estado e, após a descoberta, serão definidas as medidas a serem adotadas.
Vacina
Com a confirmação do caso, o município fará uma ampliação da vacinação contra a febre amarela. O objetivo é vacinar quem nunca foi imunizado ou quem só tomou uma dose na vida.
“Queremos ter certeza que temos uma população imune, até por não termos conhecimento de onde foi o local de contágio dele”, disse a coordenadora. As ações serão definidas a partir de segunda-feira (9).
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