O engenheiro sul-africano William Charles Erasmus, de 53 anos, morto na semana passada num hospital do Rio de Janeiro, estava contaminado com febre maculosa. O resultado dos exames foi divulgado pela FioCruz e por técnicos do Ministério da Saúde na tarde deste domingo (7).
Segundo os cientistas, a rickettiose, como é conhecida a doença, é transmitida por carrapatos e não passa de pessoa a pessoa.
Com isso, o ministério suspende a partir deste domingo o monitoramento das pessoas que haviam se exposto a contato com fluidos e secreções corporais do empresário. Avaliações anteriores descartaram hepatites virais, dengue, malária e ebola.
"Vínhamos trabalhando com a hipótese do arenavírus porque ele sofreu uma cirurgia em Joanesburgo na mesma época em que o hospital em que ele estava com casos da doença e um vírus novo. Por isso, era preciso estudar a exaustão", explicou o chefe do departamento de epidemiologia do Ministério da Saúde, Eduardo Haje.
Empresário esteve em hospital com vítimas de arenavírus
Segundo ele, técnicos brasileiros tiveram contato com os médicos que atenderam a pacientes vítimas do arenavírus na África do Sul.
Como a operação de William aconteceu no dia 15 de outubro e os sintomas só começaram a aparecer no dia 25 de novembro, a hipótese foi descartada.
Segundo a Fricruz, o resultado ficou pronto na noite de sábado (6) e foi confirmado na manhã deste domingo.
Carrapato sul-africano
Segundo o vice-presidente da Fiocruz, Ary Carvalho, o empresário foi infectado ainda na África do Sul. "Como os sintomas apareceram dois dias depois de sua chegada ao Brasil e ele só havia chegado do aeroporto para o hotel e de lá para o trabalho, não havia circunstâncias nem tempo hábil para que ele tivesse sido infectado aqui", disse.
A rickettsiose se manifesta de 2 a 15 dias após o contato com o inseto. Além de pessoas picadas, quem espremeu o carrapato e entrou em contato com o sangue estando com a pele levemente lesionada, como cutícula, também pode contrair a bactéria rickettsia, que tem mais de 20 tipos em todo o mundo.
Corpo cremado
O corpo do engenheiro foi cremado na quinta-feira (4). De acordo com o Memorial do Carmo, o procedimento durou mais do que o normal porque o caixão dele foi feito de zinco.
Logo após a cremação, o local onde o caixão foi armazenado foi desinfetado. Na operação, bombeiros usaram máscaras e roupas especiais.
Cuidados com o corpo
De acordo com a Santa Casa, que administra os cemitérios, o corpo de Willian foi transferido do hospital para o crematório com todas as normas de segurança estabelecidas pelo Ministério da Saúde. Os funcionários que tiveram contato com o cadáver utilizaram luvas, máscaras, aventais e gorros.
O corpo do empresário ficou completamente isolado, envolvido em ataduras, dentro de um saco plástico lacrado e de uma urna de zinco hermeticamente fechada.
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