O fechamento da Rua São Francisco, entre a Riachuelo e a Presidente Faria, no Centro de Curitiba, está sendo visto com bons olhos pela comunidade local e também por quem frequenta a via. O assunto foi tema de uma reunião ontem entre prefeitura e entidades comunitárias.
A avaliação da maioria dos participantes do encontro é a de que, desde que a Praça de Bolso do Ciclista foi construída, a região melhorou para os moradores, comerciantes e frequentadores. Além do fechamento da via, entre as ideias debatidas para melhorar a região também estão a instalação de câmeras de segurança e mudanças nos sentidos das ruas.
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O presidente da Fundação Cultural de Curitiba, Marcos Cordiolli, disse que um termo de conduta será montado a partir do encontro. "Foi desta maneira que procedemos com a Pedreira Paulo Leminski e com o carnaval de rua da Marechal Deodoro. E isso tem dado muito certo, ao contrário dos que defendem que o curitibano não sabe participar de atividades em rua", afirmou, ressaltando que o eventual fechamento da São Francisco abre grandes possibilidades culturais para a cidade.
"Essa iniciativa coroaria um eixo já bastante consolidado de aparelhos culturais, com maior fluxo de pessoas entre o Largo da Ordem e o Teatro Guaíra", afirmou.
Para Patrícia Valverde, da organização Bicicletaria Cultural de Curitiba, esse é um momento oportuno também para pensar um calendário para a Rua São Francisco que contemple pessoas de todas as faixas etárias. "O objetivo é ter um espaço não apenas para o happy hour, mas que possibilite programas culturais para crianças, adultos e idosos", disse a ativista.
Alceu Rodrigues, que mora na Rua Riachuelo, afirmou ser favorável ao fechamento da rua para circulação de carros, mas que isso teria de ser flexível. "Não vejo necessidade de fechá-la o tempo todo. Alguns horários noturnos e para atividades programadas seria o suficiente", afirmou.
Dona de um ateliê de design na Rua São Francisco há cinco anos, Suiane Cardoso destacou que o público da região se qualificou e melhorou seus negócios. "O movimento aumentou bastante e a situação de abandono que vivíamos melhorou", disse.
Na avaliação da secretária municipal de Trânsito, Luiza Simonelli, pode haver a necessidade de mais mudanças urbanísticas na rua, como a recolocação de postes e redirecionamento das ruas.
De acordo Maurício Figueiredo Lima Neto, administrador da região central da cidade, o diálogo com os interessados no local reforça a disposição de chegar a um consenso com relação ao uso da via. "Queremos mantê-la [Rua São Francisco] adequada a todos seus usuários, respeitando o limite da boa convivência", disse.