As obras do estacionamento do Polloshop, que fecham um trecho da Rua Flávio Dallegrave, no Alto da XV, devem ficar prontas hoje. Desde que foram iniciadas, em janeiro, a instalação de cancelas e grades para cercar a área de estacionamento do shopping criaram polêmica, principalmente entre moradores da região, que entendiam a ação como uma apropriação de um bem público. Esse não é o único caso polêmico envolvendo um shopping e o fechamento ou a abertura de ruas em Curitiba.
No caso do Polloshop, o registro de imóvel do shopping comprova a ‘posse’ do terreno. O diretor do estabelecimento, Ivo Petris, lembra que antes da instalação do complexo de lojas, a rua era apenas um pátio de manobras. Foi em virtude do sucesso do empreendimento que, em 1996, a própria prefeitura sugeriu a anexação da área da Rede Ferroviária, para servir como estacionamento, e a abertura da saída para a Rua Professor Brandão, que foi realizada no ano seguinte.
Como o terreno era da rede, o proprietário não poderia comprar e firmou-se um termo de cessão oneroso, em que o shopping pagava um aluguel para a Rede – inclusive, foi o estabelecimento que pagou o asfalto e as sinalizações feitas nas ruas no entorno. Em 2002, o terreno ferroviário foi a leilão, quando foi comprado pelo proprietário do espaço em que funciona o shopping. “A área sempre pertenceu ao shopping e como éramos um shopping de desconto, o estacionamento gratuito era o nosso diferencial para chamar o público”, explica Petris.
O pedido de fechamento do terreno, que é privado, ocorreu antes do vencimento de um prazo de 20 anos determinado em legislação municipal, que aí sim tornaria esse espaço público. Outra razão para isso foi a criação da faixa exclusiva para ônibus na Rua XV de Novembro, que eliminou as vagas de estacionamento da rua e transferiu o Estacionamento Regulamentado (Estar) para a primeira quadra de todas as ruas transversais. Quem parava o carro ali, acabou migrando para o estacionamento do shopping. “Nosso movimento caiu 30%. Precisamos garantir a sobrevivência do lojista e o movimento de clientes, que já reclamavam de não ter onde estacionar”, diz Petris, ressaltando que o estabelecimento possui 220 lojas e gera cerca de 2 mil empregos.
As obras devem ser finalizadas hoje, mas o estacionamento só poderá funcionar após a liberação e vistoria da prefeitura, o que não tem data para ocorrer. Serão 150 vagas, o que ainda é insuficiente para o shopping, que busca alternativas para oferecer mais espaço aos clientes.