São Paulo A Federação Internacional de Pilotos de Linhas Aéreas (Ifalpa, na sigla em inglês) criticou duramente a conclusão de uma investigação da Polícia Federal que pediu o indiciamento dos pilotos americanos do jato Legacy que chocou-se com o Boeing da Gol em 29 de setembro de 2006, matando as 154 pessoas a bordo do Boeing, por exporem o tráfego aéreo a grave risco. Os pilotos americanos foram indiciados no artigo 261 do Código Penal.
Para a PF, os pilotos desligaram involuntariamente o transponder do aparelho, deixaram de acionar o código 7600, de falha na comunicação, quando ficaram cerca de uma hora sem contato com as torres de controle, e cometeram vários outros deslizes.
A Ifalpa apontou ter sido "uma omissão inacreditável excluir os militares (brasileiros) da investigação", mesmo depois de a Polícia Federal reconhecer que as ações "dos controladores de vôo foram falhas e ainda assim não ter investigado plenamente o papel desempenhado pelo controle de tráfego aéreo, vital para estabelecer a seqüência de eventos que levaram à tragédia".
O relatório final sobre o acidente foi entregue na quarta-feira, pelo delegado Renato Sayão à Justiça Federal de Sinop, em Mato Grosso, onde o inquérito foi aberto.
Responsabilidade
A PF constatou que os controladores de vôo em atividade no dia do acidente em São José dos Campos, de onde saiu o Legacy rumo aos Estados Unidos, e principalmente em Brasília também falharam e deixaram de cumprir normas obrigatórias, mas remete a análise da responsabilidade deles ao comando da Aeronáutica.