Livros
Aspirantes a escritor lotam ruas de Paraty
A Flip deste ano, com público estimado em 20 mil pessoas, está lotada de aspirantes a escritor. Muitos chegam para conhecer novos nomes da área, objetivo da paulistana Dominique Girard, que faz parte de um grupo que promove oficinas literárias em São Paulo, com cerca de 20 integrantes e presença certa em Paraty todo ano. "A influência do evento se dá muito pela interação social", diz.
É a mesma opinião da poeta Daphne Loureiro, que recentemente passou a vender sua obra nas ruas de São Paulo e encontrou em Paraty um clima ideal para seu negócio. "Já troquei livros com três autores ótimos", diz. "O fato de atrair tantas pessoas, inclusive estudantes, ajuda a influenciar o hábito de leitura no país", acredita o médico Oswaldo Cassilha, de Campinas, que já publicou dois livros.
Entre os autores convidados deste ano está o jornalista e escritor Edney Silvestre, que fala amanhã sobre seu novo livro, A Felicidade é Fácil, a ser lançado no fim do ano. Desde a criação da Flip, em 2003, ele participa do evento, e se entusiasma com os "filhotes" que surgiram: outros festivais, feiras e fóruns literários por todo o país.
Leia na edição de amanhã do Caderno G sobre os escritores presentes nesta edição da Flip, onde estão nomes como o húngaro Péter Esterházy. Ele fala hoje às 15 horas na tenda dos autores e brinca com a reclamação de que o brasileiro lê pouco: "Um escritor sempre vai querer mais leitores", diz.
O clima de festa nas ruas de Paraty (RJ) durante a Festa Literária Internacional (Flip), que vai até domingo, reflete a comemoração do mercado editorial brasileiro, que colhe os frutos da alta da renda média no país. De acordo com o Sindicato Nacional dos Editores de Livros, foram comercializados no Brasil 8,11% mais exemplares entre 2008 e 2009, último ano da pesquisa feita pela entidade com cerca de cem empresas, sem considerar as vendas didáticas para o governo.As nove edições da Flip, além de ajudarem a ampliar esse mercado, têm rendido inovações nas aulas de língua portuguesa. A professora da disciplina nos ensinos fundamental e médio de Piracicaba (SP) Cibele Aguiar, que veio a todas as edições da feira, leva os projetos mais criativos que encontra por aqui para seus alunos. "No ano passado, vi um pessoal usar tubos para recitar poesia ao pé do ouvido das pessoas. Aproveitei a ideia para trabalhar a leitura em voz alta", conta. Outro contato singelo que os alunos acabam tendo com a Flip são os marcadores de livro que ela ganha e leva como presente e que, segundo ela, também estimulam a leitura.
"Levo anotações sobre os homenageados e livros", conta a professora paulistana do ensino médio Laura Leonardo da Silva, que trouxe a filha de 13 anos e se encantou com as máquinas de venda automática de minilivros. Ela pondera que a alta do mercado editorial é muito composta de best sellers ruins, mas que eles são melhores do que nada. "Vejo uma perspectiva de melhora, porque esse leitor pode ser instigado a passar para os clássicos."
Esses estão por todo canto nos cinco dias de evento em Paraty, até em árvores o projeto Pé de Livros, que pendura todos os dias livros ilustrados em galhos das praças, alcança os visitantes e, principalmente, moradores mirins. "Antes não lia, mas agora me apaixonei pelos livros infantis", conta Tharcylla Batista, de 17 anos, que mora em Paraty e há dois anos trabalha como orientadora da Flipinha, a versão infantil da Flip.
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