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Os feirantes que mantêm barracas de alimentação e de artesanato na Rua José Bonifácio – ao lado da Catedral Basílica Menor de Nossa Senhora da Luz – conseguiram mais 15 dias, para tentar articular a permanência no local. O novo prazo foi definido em reunião realizada nesta segunda-feira (22), na Prefeitura de Curitiba, onde uma comissão de quatro feirantes e o advogado do grupo foram recebidos por membros da administração.

Segundo os comerciantes, a Prefeitura não renovou neste ano os alvarás que permitiam a permanência das barracas na rua onde eles estavam alocados. Mesmo sem a licença, eles continuaram suas atividades no local, mas, na semana passada, fiscais teriam notificado os feirantes de que eles deveriam deixar o local num prazo de cinco dias – que venceria na terça-feira (23). A proposta da Prefeitura seria transferir os comerciantes para feiras semanais realizadas em bairros e para a feira do Largo da Ordem, que acontece aos domingos.

Os feirantes disseram que, na reunião desta segunda, foram informados de que o pedido para a retirada das barracas teria partido da direção da Catedral. Agora, os comerciantes devem apresentar, dentro das duas próximas semanas, um documento assinado por representantes da igreja, assegurando que não se opõem à realização da feira no local.

Em nota, a Prefeitura disse que "estuda a melhor forma de atender os feirantes do local, envolvendo as secretarias do Urbanismo e Abastecimento, o Instituto Municipal de Turismo e a Regional Matriz". Por telefone, a reportagem tentou falar com representantes da Catedral, mas até as 19h35 não havia conseguido contato.A feira

Realizada todos os dias, das 8h às 18h, a feira da Rua José Bonifácio acontece há 23 anos. Os alvarás para a permanência de barracas de alimentação são expedidos pela Secretaria de Abastecimento e as permissões para artesão são concedidas pelo Instituto Municipal de Turismo. As licenças têm validade anual e custam R$ 120.

Para a feirante Elvira Terezinha Wender da Silva, que tem uma barraca que comercializa pastéis no local, os resultados da reunião representam uma vitória ao grupo. Apesar disso, ela contesta a necessidade de documento assinado por representantes da Catedral para permanecerem no local. "Onde já se viu padre mandar na rua ou autorizar feira?", questionou.

Segundo ela, atualmente a feira é composta por 17 barracas (4 de alimentação e 13 de artesanato) e o grupo não pretende sair do local. De acordo com a feirante, a realocação para outras feiras implicaria em prejuízos aos comerciantes, em função do menor movimento. "Em primeiro lugar, a gente não vai sair do lugar. Só se der tiro para nós sairmos", disse.

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