Curitiba O apagão aéreo deu uma trégua nos aeroportos de todo o país, ontem. Embora a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) não tenha divulgado o relatório diário até o fechamento desta edição, no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, o clima era de aparente tranqüilidade e normalidade, ontem, assim como nos demais aeroportos brasileiros.
O grande vilão do dia foi mesmo o cancelamento de vôos. Embora proibido pelo governo federal por meio do plano de emergência, fontes extra-oficiais ligadas à Infraero dão conta de 30 cancelamentos no país todo, sendo duas ocorrências registradas em Curitiba. Do total, 22 foram cancelados pela TAM e cinco pela Gol, as duas empresas líderes do setor, com 82% da divisão do mercado de aviação civil no país.
A maior parte dos vôos cancelados era prevista e autorizada pela Anac. Outra parte, porém, referia-se justamente a práticas criticadas e proibidas pelo governo: o cancelamento de vôos com poucos passageiros para evitar prejuízos às empresas, remanejando esses clientes para aeronaves das mesmas rotas em horários posteriores.
Em nota divulgada à imprensa, ontem, a Anac reconheceu, até o início da noite, apenas quatro cancelamentos, sendo três programados e autorizados previamente e o outro referente a um fusionamento ele teria sido identificado como cancelado nos anunciadores de vôos do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, por falta de terminologia mais precisa.
Em relação aos atrasos, a Anac classificou o dia como normal e sem problemas no fluxo aéreo, embora tenha crescido o número de passageiros. O atraso mais grave registrado no Aeroporto Afonso Pena refere-se a um vôo que deveria ter partido de Curitiba com destino a Guarulhos, em São Paulo, às 11h45, mas que saiu apenas às 13h50.
A calmaria de ontem mostra uma situação bem diferente da ocorrida na última sexta-feira (22), no início do Feriado de Natal. No dia que foi considerado um dos piores do apagão aéreo iniciado em outubro, dos 83 vôos previstos para o Afonso Pena, no período da zero hora às 23h59, 48 sofreram atraso superior a 1 hora e 5 foram cancelados. Em todo o país, dos 1.914 vôos previstos, 990 sofreram atraso superior a 1 hora e 69 foram cancelados.
Mesmo com a normalidade nos aeroportos, passageiros que se dirigiram ao aeroporto tentaram chegar com antecedência ao local para evitar problemas. Os estudantes de Engenharia de Bioprocessos, Fernando Andriguetto, 21 anos, e Christiano Madruga, 21 anos, chegaram ao Aeroporto Afonso Pena com três horas de antecedência, ontem. Normalmente, chega-se apenas uma hora antes do horário marcado para o vôo.
"Estávamos com o pé atrás antes de chegar ao aeroporto, mas depois que chegamos vimos que está tudo tranqüilo", conta a mãe de Fernando, a funcionária pública Tânia Andriguetto, 48 anos, que acompanhava os rapazes. "Espero que os problemas tenham realmente acabado", afirma Fernando. Ele e o amigo estavam indo para São Paulo, de lá fariam conexão para Londres, na Inglaterra, e posteriormente iriam à França.
O clima de calmaria no aeroporto, no entanto, não foi suficiente para deixar o supervisor de planejamento, Ricardo Balestrero, 40 anos, tranqüilo. "Por enquanto está tudo certo, sem atrasos, mas só acredito quando estiver dentro do avião e decolando", afirma. O destino era o Rio de Janeiro.
O chefe de marketing João Musial, 36 anos, ia com a família de Curitiba para São Paulo e, posteriormente, para Frankfurt, na Alemanha. "No fim de novembro quando vim de São Paulo para Curitiba tive problemas com o overbooking, tive de esperar duas horas para embarcar, espero que hoje não tenha atrasos", afirma.
A expectativa é que com as medidas de emergência anunciadas pelo governo federal venda de passagens limitadas, cancelamentos e remanejamentos de vôos suspensos, disponibilidade de aeronaves e tripulação reservas o feriado de réveillon transcorra sem maiores problemas para o setor aéreo. O plano de emergência, no entanto, tem data para acabar: dia 2 de janeiro.
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