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Os curitibanos viveram um dia diferente ontem com o jogo da seleção brasileira pelas oitavas-de-final da Copa do Mundo. Ao contrário dos jogos da primeira fase, este começou ao meio-dia, o que fez com que muita gente mudasse ainda mais a rotina. Durante duas horas e meia, das 12 horas às 14h30, foi como se a cidade estivesse em pleno feriado.

Pouco antes do jogo, por volta das 11 horas, o trânsito ficou intenso. Quem foi liberado do trabalho tratou de se deslocar logo para o local onde ia assistir ao jogo. Mas a maioria mesmo teve de ver a partida no trabalho.

Enquanto os craques brasileiros se preparavam para entrar em campo na Alemanha, uma seleção de torcedores, como numa jogada ensaiada e sincronizada, baixava as portas do comércio no centro de Curitiba. Com exceção de alguns poucos restaurantes e farmácias, as ruas da cidade ficaram às moscas. Somente as ruas, porque no interior da loja estavam todos "concentrados". Quem caminhava pela vazia Avenida Marechal Deodoro durante o jogo escutava no interior das lojas algumas manifestações típicas do torcedor.

Apenas uma das lojas ficou aberta: as Casas Bahia. E havia clientes. Poucos, mas havia. "Não gosto de assistir aos jogos, fico nervosa", disse a aposentada Terezinha Hekavi, de 53 anos. Ela e o marido, também aposentado, Luigi Carreri Meto, 52 anos, estavam a procura de uma máquina de lavar roupas.

Os poucos restaurantes da região central que estavam abertos ficaram lotados. Alguns até impediram a entrada de mais clientes. Em outros, mesmo conhecidos por servirem fast-food, a espera pelo pedido chegava a 40 minutos.

Nos mercados era possível encontrar alguns poucos clientes. No começo do jogo, alguns torcedores corriam para chegar a tempo em casa. Logo depois, os fregueses que não se importam com a Copa do Mundo faziam suas compras sossegadamente. "Não gosto de futebol e acho um absurdo o comércio fechar", afirma a frentista Cileide de Oliveira, 40 anos.

Até no pronto-socorro (PS) dos hospitais a rotina foi diferente. "Durante o jogo só vem para o hospital quem está morrendo, senão deixa para vir depois", afirma a recepcionista do PS do Hopsital Cajuru, Bruna Zonta, 19 anos. No PS do Hospital do Trabalhador, a demanda aumentou 30% em comparação a dias normais, mas só depois do jogo. Os principais atendimentos estavam relacionados a colisões e agressões.

A secretária Luana Santos, 24 anos, não imaginava que teria de assistir ao jogo do Brasil no hospital. Ela acompanhou um amigo baleado. "Enquanto ele é atendido vou assistindo aqui (PS do Cajuru) mesmo", diz.

Fim de jogo: 3 a 0 para o Brasil. Novamente a "jogada ensaiada" e as portas do comércio abriram. O restante do dia, no entanto, não foi como os outros. Ficou aquela sensação de dia útil, mesclado com um quê de feriado. Segundo o gerente de uma loja de calçados, localizada no calçadão da Rua XV de Novembro, Sérgio Henrique Villas Boas, o movimento cai nos dias de jogos. "Mas este foi o pior por causa do horário. As vendas caíram 80%", diz.

Depois do jogo, as comemorações se concentraram na Avenida Batel, que ficou parcialmente bloqueada por cerca de 30 minutos. Com o trânsito fluindo lentamente, os motoristas chamavam a atenção com muita música e buzinaço. A alegria colorida de verde e amarelo permaneceu até cerca de duas horas após o término da partida.

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