O próximo passo do TSE, depois que o Supremo estabeleceu a fidelidade partidária, será decidir sobre outras consultas relativas à aplicação da medida. A mais importante: o princípio de que mandatos pertencem aos partidos se aplica também ao Senado? Os advogados do DEM disseram à cúpula do partido que a decisão deve ser extensiva aos senadores, uma vez que o STF consagrou a "representatividade partidária das urnas", e não apenas na eleição proporcional. A tendência é que o presidente do TSE, Marco Aurélio Mello, defensor da fidelidade, acelere a resposta às demais consultas. Com isso, a esperada migração de senadores para a base do governo antes da votação da prorrogação da CPMF fica em suspenso.

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Volver – Muitos vereadores que mudaram de partido estão pedindo que a ficha de filiação seja rasgada a fim de não correrem risco de perder o mandato. Só no PSB paulista, a direção recebeu cerca de 200 solicitações do gênero no dia da decisão do Supremo. Anfíbio 1 – Sílvio Peccioli (DEM-SP) deixou tudo pronto para entrar no PSDB. Foi à reunião da Executiva paulista e assumiu o comitê provisório do partido em Santana do Parnaíba, na Grande SP, fato estampado na página oficial dos tucanos. Anteontem, o deputado abortou a missão. Anfíbio 2 – Peccioli alega não ter assinado a ficha de filiação. "Tomamos o cuidado de esperar a decisão do STF", afirma o deputado, que mudaria de partido por causa da eleição de 2008. Os tucanos, no entanto, já enviaram seu nome à Justiça eleitoral como presidente do comitê local. Brancaleone – Muitos partidos estão dispostos a negociar com deputados dissidentes para evitar disputa de mandatos na Justiça. Mas os acordos podem ser em vão: os suplentes serão os primeiros a ingressar com ações para tomar a cadeira dos infiéis. Algoz – Tivesse o plenário do STF seguido o voto de Marco Aurélio Mello, no qual o ministro pediu a cassação de todos os que mudaram de partido após a eleição, seu primo Fernando Collor estaria com o mandato em risco – ele foi do PRTB para o PTB. Braços cruzados – O PR avisou aos líderes governistas: não vota a CPMF em 2.º turno enquanto não for encaminhada uma solução para a fidelidade compulsória imposta pelo STF. Levada ao pé da letra, a ameaça representa 42 votos a menos para o governo.

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Pela culatra – A deposição de Jarbas Vasconcelos (PE) e Pedro Simon (RS) da CCJ do Senado angariou duas antipatias para Renan Calheiros (AL) no PMDB. Geraldo Mesquita (AC) e Mão Santa (PI), que não votaram pela cassação do presidente, declaram-se indignados com o rolo compressor pilotado por ele. Veto – A oposição promete endurecer no Conselho de Ética do Senado após o episódio da expulsão dos "históricos" do PMDB. Não aceitará a indicação de Gilvam Borges (AP) nem de outro peemedebista para relator de uma das representações contra Renan. Para registro 1 – Presidente do PMDB, Michel Temer disse a Renan que se opunha à substituição de Simon e Jarbas. Ouviu que a decisão não foi dele, e sim "da bancada", e que não será revista. Para registro 2 – Eduardo Suplicy (SP) telefonou à líder do PT, Ideli Salvatti (SC), para avisá-la que faria crítica pública às substituições na CCJ. "Se isso não for revisto, o Senado vai entrar em pé de guerra", afirmou o petista.

Clássico – A disputa pelo comando do PT paulista ganhou ares de Fla x Flu dos anos 80. "Zico" Prado, deputado estadual e xará do ex-meia flamenguista, concorrerá com "Edinho" Silva, prefeito de Araraquara, que compartilha o mesmo nome do ex-zagueiro da equipe das Laranjeiras.

TIROTEIO

* Do senador Heráclito Fortes (DEM-PI), autor do requerimento da comissão, sobre a colega Ideli Salvatti (PT), para quem a CPI teria sido criada com o objetivo de atingir seus aliados em Santa Catarina.

– E eu sou adivinho? Como iria saber das denúncias envolvendo a líder do PT se propus a CPI das ONGs um ano atrás?

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