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Não são poucas as críticas à infindável fila da Cohab, uma das justificativas para que os sem-teto se metam em ocupações irregulares. "Não dá para aceitar uma espera de 10, 15, 20 anos na fila por uma casa", diz o vereador Pedro Paulo (PT). A Cohab diz que a fila cresceu porque a população acredita nas ações desenvolvidas pelo setor público na habitação. Dos 60 mil inscritos, metade é composta de pessoas solteiras e metade de famílias, que respondem por 70% dos atendimentos.

Hoje a companhia diz buscar o reassentamento no entorno da ocupação onde a pessoa vive, caso de 1.507 famílias da favela do Parolin. Dessas, 667 serão reassentadas na vizinhança e as demais terão a urbanização e permanecerão no próprio local onde mora. Onde há três barracos, por exemplo, sairão dois. Ainda assim, a filha de espera chega a 60 mil inscritos.

De acordo com a Cohab, suas ações atendem simultaneamente 10 mil famílias em reassentamento e urbanização de 39 vilas, reduzindo em 30% as áreas de risco até o final de 2009. Não é o bastante, na avaliação do assessor jurídico da Terra de Direitos. Para ele, as soluções da Companhia se baseiam nas velhas políticas do Banco Nacional de Habitação, da época da ditadura militar. E isso, observa o advogado, tem sido responsável pela formação de favelas, como a Cidade de Deus, no Rio de Janeiro.

Oliveira interpreta o longo tempo de espera na fila da Cohab como um incentivo às ocupações irregulares. Grande parte dos sem-teto aguarda em condições precárias pelos benefícios oferecidos pela Companhia. O não atendimento dessas pessoas ajuda a definir o futuro urbanístico de Curitiba. "A cidade caminha para alcançar um ponto semelhante ao de São Paulo ou Rio de Janeiro, que convivem com as favelas dentro do perímetro urbano", opina Oliveira.

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