Ponta Grossa Os pacientes que precisam passar por cirurgia em Ponta Grossa estão sofrendo à espera de leitos. Muitos chegam até a aguardar em casa, sem o mínimo acompanhamento médico. O aposentado Durvalino Deodoro do Prado, 67 anos, tem diabetes e espera há 12 dias uma vaga para conseguir amputar uma das pernas. A situação dele complica-se ainda mais porque ele precisa de um leito isolado para evitar que a perna fique infeccionada.
Deodoro do Prado, que já amputou quatro dedos do pé há três anos, aguarda a vaga em um leito isolado no Hospital Cidade, que não possui centro cirúrgico. A cada dia de espera, o sofrimento dele e de sua família aumenta. "Para a gente que não tem dinheiro, fica complicado. Não temos nada para vender, senão pagaríamos alguém para fazer a cirurgia", lamenta a esposa do aposentado, Maria Elita do Prado.
A situação do paciente é a mesma de outras quatro pessoas, que também aguardam vaga em leitos isolados. Muitas delas ficam em casa, sem atendimento e acompanhamento médico. De acordo com a direção do hospital, na cidade existem apenas três leitos disponíveis para isolamento através do Sistema Único de Saúde (SUS). A central de leitos da cidade não confirmou os números de vagas nem de pacientes à espera de leitos. Para o promotor de Saúde Pública, Fuad Faraj, a situação em Ponta Grossa é alarmante. "Os leitos existentes na cidade não atendem à demanda. Isso é um absurdo", declara.
Sem uma solução imediata, familiares do aposentado foram ao Ministério Público (MP) pedir ajuda. Faraj entrou em contato com todos os hospitais da cidade, com a central de leitos e enviou um ofício pedindo explicações pela falta de vagas. Segundo o promotor, está virando rotina na cidade o pedido de ajuda por meio do MP. Até a noite de ontem, porém, Deodoro do Prado ainda esperava uma vaga para realizar a cirurgia.
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