Quase 1,6 mil pessoas estão na fila de espera por um lote nos quatro cemitérios municipais de Curitiba, que se encontram completamente ocupados. Para conseguir uma vaga, é preciso esperar os processos de reversão, quando os lotes abandonados são desapropriados. Antes do processo, no entanto, os proprietários são chamados por edital publicado no Diário Oficial e em jornal de grande circulação, com prazo de 90 dias para cuidar de seu lote. A própria Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA), que administra os cemitérios, considera o processo "longo".
O início do próximo processo de reversão está previsto somente para o começo do ano que vem no Cemitério São Francisco de Paula, que tem uma fila de espera de 134 pessoas. Os outros cemitérios municipais contam com filas ainda maiores, sendo a maior delas no Água Verde (523 pessoas), seguido pelos cemitérios do Boqueirão (494) e do Santa Cândida (446). Mesmo com a menor fila de espera, o São Francisco de Paula é considerado pela prefeitura como o cemitério mais concorrido, por ser o mais antigo da cidade (inaugurado em 1866) e por ter passado recentemente por um grande processo de reversão, de 89 jazigos, em 2010.
Segundo estimativa da Secretaria de Meio Ambiente, há entre 220 e 300 jazigos abandonados no São Francisco de Paula, mas não há previsão de quanto tempo levará para ser concluído o processo de reversão. A prefeitura também não sabe dizer se todos os 134 postulantes da fila de espera serão atendidos na próxima reversão, já que a prioridade é a manutenção dos jazigos já ocupados. "A intenção do município é estimular que as pessoas cuidem do túmulo de seus familiares", diz a diretora do Departamento de Serviços Especiais da SMMA, Adriana Arcenio.
Nos lotes nos cemitérios municipais de São Francisco de Paula e do Água Verde o metro quadrado custa R$ 105; no Boqueirão e no Santa Cândida o metro quadrado sai por R$ 47.
Enterros na RMC
Com os cemitérios municipais da capital lotados, muitas famílias curitibanas recorrem a cidades da região metropolitana, principalmente São José dos Pinhais, para enterrar seus mortos. Porém, não são os cemitérios municipais os escolhidos também esses estão lotados mas sim os privados, que oferecem preços consideravelmente mais baratos que os da capital.
Dados da SMMA mostram que, de cada quatro mortos registrados no serviço funerário de Curitiba, um é enterrado em outra cidade. Porém, nessa proporção podem entrar pessoas que residiam em outras cidades e que vieram a falecer em hospitais da capital, onde eram tratados.