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O ex-ministro Guilherme Villela e a esposa Maria Carvalho: briga por dinheiro comprovaria envolvimento da filha no crime | MaíraA Morais/Jornal de Brasília
O ex-ministro Guilherme Villela e a esposa Maria Carvalho: briga por dinheiro comprovaria envolvimento da filha no crime| Foto: MaíraA Morais/Jornal de Brasília

Cronologia

Entenda o caso do triplo homicídio:

31 ago 2009 – Os corpos do casal Guilherme Villela, 73 anos, e Maria Carvalho Villela, 69 anos, e o da empregada Francisca da Silva, 58 anos, são encontrados com mais de 70 facadas no apartamento em que moravam, em Brasília.

set 2009 – Faca encontrada no apartamento com traços do que seria sangue é descartada como arma do crime. Cena pode ter sido alterada. Os principais suspeitos são dois homens, parentes de um ex-funcionário da casa.

abr 2010 – Perícia confirma que chave encontrada com os principais suspeitos é a mesma que havia sido recolhida pela polícia no apartamento dos Villela, após os assassinatos.

ago 2010 – Cinco pessoas são presas sob alegação de estarem atrapalhando as investigações, entre elas, a filha do casal, Adriana Villela.

Quem foi preso

Saiba por que cinco acusados foram detidos:

Adriana Villela, 46 anos

- Filha do casal. Testemunhas dizem que ela tinha conflitos com os pais envolvendo dinheiro. Rosa Maria Jaques, 61 anos, e João Tocchetto de Oliveira, 49 anos

- Vidente e seu marido. Segundo a Justiça, ela se apresentou espontaneamente dizendo ter uma missão e indicando o local onde estaria a chave do apartamento do casal, com os supostos assassinos.

José Augusto Alves, 41 anos

- Agente de polícia, então braço direito da primeira delegada do caso, que foi afastada das investigações.

Guiomar Cunha, 71 anos

- Teria ajudado Adriana atrapalhar as investigações, declarando que "o relacionamento dela com a mãe era excelente’’ e depois tentando "criar falsamente uma estranha presença de um ex-porteiro no dia do crime’’, afirma a decisão judicial.

Adriana Villela, 46 anos, filha do ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Guilherme Villela e da advogada Maria Carvalho Villela, assassinados a facadas em 2009, está entre os principais suspeitos da morte do casal. Ela foi presa na terça-feira com outras quatro pessoas que, segundo a polícia e a Justiça, estavam tentando desviar o curso da investigação. "A linha de suspeição [contra Adriana] é muito forte", disse Pedro Cardoso, diretor-geral da Polícia Civil do Distrito Federal. A prisão temporária é válida por 30 dias. A defesa da filha do casal entrou com pedido de habeas corpus, não julgado até o início da noite de ontem. O casal e a empregada, Fran­cisca da Silva, foram mortos com mais de 70 facadas em agosto de 2009 e encontrados três dias depois no apartamento das vítimas. Desde então, as investigações da polícia tiveram idas e vindas, culminando no afastamento da primeira delegada do caso, Martha Vargas. Ela deixou o caso após a perícia ter constatado a possibilidade de uma das provas ter sido "plantada" para incriminar indevidamente suspeitos.

Segundo a decisão que decretou as prisões, os indícios de envolvimento de Adriana nos crimes "assentam-se em provas testemunhais que atestam os conflitos por dinheiro entre ela e os pais". "Há provas materiais, impressões digitais no apartamento das vítimas, local que pouco frequentava, além de sua extrema mobilização no dia do crime, a fim de criar um álibi", escreveu na decisão o juiz Fábio Esteves.

Também foram presos Rosa Maria Jaques, autointitulada vidente, que teria repassado à polícia dicas falsas sobre o caso, João Tocchetto de Oliveira, marido de Rosa Maria, Guiomar Cunha, ex-empregada do casal Villela, e José Augusto Alves, agente de polícia e braço direito da primeira delegada do caso.

Outro lado

Segundo o dono do escritório que defende Adriana, Eduardo Alck­min, "a única função da prisão é submetê-la à execração pública e precipitada condenação". Ligar sua cliente ao crime, diz Alckmin, é "açodamento da polícia que há um ano não consegue esclarecer [o crime]. Lamen­tavelmente a polícia está absolutamente equivocada". Alckmin alega ainda que os conflitos de Adriana com os pais estavam dentro da normalidade.

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