O empresário Ivo Nascimento de Campos Pitanguy, filho do cirurgião plástico Ivo Pitanguy, foi levado algemado na tarde deste domingo (23) para o Complexo Penitenciário de Bangu, após ser preso em flagrante por ter atropelado e matado o operário José Fernando Ferreira da Silva, de 44 anos, na Rua Marquês de São Vicente, na Gávea, zona sul, na noite da última quinta-feira (20).
Junto com mais três presos, ele entrou em um camburão estacionado próximo à 14.ª Delegacia de Polícia, no Leblon, que investiga o caso e indiciou o empresário por homicídio culposo (quando não há intenção de matar) e embriaguez ao volante. Pitanguy usava uma blusa verde e havia acabado de prestar depoimento na unidade de Polícia Civil quando foi levado para Bangu. Na saída da delegacia, não quis falar com a imprensa.
Ivo Campos Pitanguy recebeu alta do Hospital Miguel Couto na manhã deste domingo. Ele estava internado na unidade desde a noite de quinta-feira. O empresário sofreu traumatismo craniano no acidente. Após deixar o hospital, onde se encontrava sob custódia, foi encaminhado para a 14.ª Delegacia de Polícia (Leblon), para prestar depoimento.
A Justiça do Rio havia negado um pedido de liberdade provisória apresentado pelo advogado Rafael Almeida de Piro em favor de Pitanguy na madrugada deste sábado (22).
Silva, que trabalhava nas obras de expansão do metrô da zona sul à Barra da Tijuca (zona oeste), será enterrado em Pernambuco, onde vive sua família. No sábado, parentes da vítima estiveram no Instituto Médico Legal (IML) para a liberação do corpo.
Acidente
Momentos após ter sido atingido pelo carro desgovernado de Pitanguy, Silva chegou a ser socorrido e teve uma perna amputada na tentativa de ser mantido vivo, mas morreu durante o atendimento no Hospital Miguel Couto. Ele era casado e pai de dois filhos.
Nos últimos cinco anos, Ivo Nascimento acumulou 70 multas, 14 delas por embriaguez ao volante, segundo informações da 14.ª DP, que investiga o caso. Ao todo, o prontuário, de 23 páginas, soma 240 pontos. Em teoria, quem acumula 20 pontos em 12 meses tem a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) temporariamente suspensa.
Após o acidente, o Detran do Rio informou a abertura de um processo para suspensão da CNH do motorista por ter atingido o limite de pontos no prontuário de infrações de trânsito entre 2014 e 2015. No período de um ano encerrado em 21 de junho, ele somou 27 pontos. “Diante da gravidade do acidente, será aberto também um processo administrativo para que o condutor seja submetido novamente a novo exame prático para averiguar a sua capacidade de direção de automóveis”, informou o Detran.
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