O Brasil acompanhará as crianças que não nasceram com microcefalia, mas tiveram suas mães infectadas pelo vírus zika durante a gestação. A ação foi anunciada na abertura 69.ª Assembleia Mundial da Saúde. Serão monitorados os casos notificados no sistema de vigilância, mas descartados para microcefalia. O objetivo é verificar se existem outras consequências da infecção pelo vírus.
“Oferecemos atenção integral às crianças com microcefalia e vamos acompanhar as crianças cujas mães apresentaram infecção pelo zika durante a gestação, inclusive as que não apresentam microcefalia, para detectar o surgimento de complicações neurológicas, oculares ou auditivas, disse o ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP-PR).
Segundo o ministro, o próximo passo é definir quais instituições vão oferecer o acompanhamento para identificar se o vírus zika pode estar relacionado a outras consequências no desenvolvimento das crianças.
Inicialmente, o Brasil deve contar com a participação da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS).
“Reconhecemos o papel desempenhado pela Opas e pela OMS nas ações conjuntas com o Brasil na resposta ao vírus zika, emergência de saúde pública que já está presente em 60 países, expondo 1,3 bilhão de pessoas à doença, dos quais 15% são brasileiros. Nos próximos dias teremos oportunidades de debater e seguir compartilhando as informações sobre a resposta a essa emergência”, afirmou Barros.
Ministro procura tranquilizar países sobre os Jogos Olímpicos Rio-2016
O ministro citou ainda as ações implementadas visando a combater Aedes aegypti, mosquito transmissor de zika, dengue e chicungunha. Barros também procurou tranquilizar os representantes dos demais países no que diz respeito às medidas de segurança na área da saúde a serem executadas nas Olimpíadas.
“Tomamos medidas específicas de controle vetorial que me permite reafirmar que os Jogos Olímpicos transcorrerão de maneira segura para a família olímpica e todos os visitantes”, afirmou o ministro.
A assembleia, realizada anualmente pela Organização Mundial da Saúde (OMS), reúne 194 países-membros e tem como objetivo estabelecer metas conjuntas, diretrizes e acordos nas mais variadas áreas da saúde. Além do evento principal, contará com reuniões bilaterais e multilaterais, bem como encontros paralelos.