O novo integrante do Zoológico de Curitiba não viveu muito tempo. Uma semana depois de ter nascido, o filhote da hipopótamo-fêmea Charlene acabou morrendo sob circunstâncias que ainda não foram esclarecidas na manhã de terça-feira (8). O recém-nascido, que era fêmea, não teve a oportunidade de ser examinada pelas equipes de veterinários ou mesmo de receber um nome.
A mãe, por enquanto, não é considerada suspeita pela morte da filha, apesar de ter um histórico complicado: entre 2011 e 2012, ela teve dois filhotes e os matou dois dias depois do nascimento. "Diferentemente das outras vezes, Charlene apresentava um comportamento muito carinhoso e estava muito próxima da filhote", conta o diretor do Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA), Alexander Biondo. "Quando fomos levar alimento, ela estava bastante deprimida e continuou deitada", acrescenta.
O corpo da recém-nascida foi encaminhado ao serviço de patologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) para ser examinado. A princípio, nenhum problema anatômico foi constatado. "Pode ser que a filhote tenha tido problemas para beber leite ou que tenha algum problema congênito que não foi detectado macroscopicamente", diz Biondo. A possibilidade de a mãe não ter conseguido amamentar não foi descartada, mas, como Charlene é arisca, isso deve impossibilitar que ela seja examinada.
Família
A recém-nascida não era apenas filha, mas também irmã de Charlene, que foi fecundada pelo pai, Dino. Além deles, no cativeiro também há duas hipopótamos-fêmea: Glória, irmã de Charlene que nasceu neste ano, e Penélope, mãe das duas.
O diretor da SMMA não descarta a possibilidade de castrar o macho Dino ou utilizar anticoncepcionais nele. "Os machos são extremamente territorialistas e se matam. Se um novo filhote nascer e for macho, há a possibilidade de surgir um conflito entre eles e, considerando o tamanho [Dino, por exemplo, pesa mais de três toneladas], não conseguiríamos separar os animais", explica.