A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) informou que encontrou o zika vírus ativo na saliva e na urina de infectados. No entanto, a possibilidade de transmissão da doença por estes fluidos corporais ainda não foi confirmada. O anúncio foi feito durante uma coletiva de imprensa, na manhã desta sexta-feira (5).
“Essa comprovação tem um significado muito grande porque, até então, todas as evidências não significavam capacidade de infecção [por saliva e urina], muda o patamar e a forma que fazemos as pesquisa”, disse o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha.Segundo a entidade, agora, essas novas formas de transmissão serão mais estudadas.
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Leia a matéria completaEm entrevista à imprensa, a Fiocruz disse que a evidência de transmissão pelas excreções “sugere a necessidade de investigar a relevância de transmissão via oral”. Até então, a única via de transmissão do vírus, confirmada por autoridades sanitárias, é pela picada do mosquito Aedes aegypti. No entanto, o estado do Texas, nos Estados Unidos, reportou um caso de transmissão do vírus por via sexual.
De qualquer forma, a Fiocruz recomendou que mulheres grávidas evitem circular em ambientes com aglomeração de pessoas, compartilhar talheres e copos, e até mesmo beijar pessoas com suspeita da doença. “As grávidas podem se resguardar. Não por ser uma verdade absoluta (a possibilidade de contágio), mas por cautela”, disse Myrna Bonaldo, coordenadora da pesquisa que teve a colaboração da infectologista Patrícia Brasil. “Já se sabia que o vírus poderia estar presente tanto em urina quanto em saliva. Esta é a primeira vez em que demonstramos que o vírus está ativo, ou seja, com potencial de provocar a infecção”, comentou Myrna.
O o estudo foi baseado em amostras referentes a dois pacientes. As coletas foram realizadas a partir da apresentação de sintomas compatíveis com o vírus da zika. “A possibilidade de contágio ainda deve ser esclarecida. Não podemos afirmar que é contagioso”, ressaltou Gadelha. De acordo com o presidente da Fiocruz, não há como estabelecer um prazo para se chegar a este resultado. E, justamente por isso, ele defendeu a necessidade de haver uma mobilização internacional para que laboratórios de vários países possam também realizar pesquisas a este respeito, assim como ocorreu com o vírus Ebola.
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