Nem todos os motoristas procuram burlar o sistema de trânsito. Mas uma boa parte deve ter comemorado ao descobrir que os excessos cometidos não serão convertidos em multas. A partir daí, existem dois comportamentos típicos: a satisfação e a omissão. É provável que "os satisfeitos" continuem a cometer equívocos semelhantes até o momento em que forem flagrados. "Não há fiscalização para tantos infratores. Eles acreditam que o comportamento dentro da lei só é necessário se existir alguém multando", diz a professora Iara Thielen, coordenadora do Núcleo de Psicologia do Trânsito da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
E a tendência dos omissos é seguir negando a realização das infrações. "A fiscalização eletrônica, por exemplo, não está na cidade inteira. A pessoa, quando multada, não acha que excedeu a velocidade. Ela entende que o radar está posicionado de forma a multá-la", explica Iara. E a única maneira de diminuir o número de condutores com os dois perfis é o combate eficiente às infrações. "A cada vez que a fiscalização não age, o sistema perde todo o crédito", afirma Iara.
Professora de Engenharia de Transportes da Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Eva Vider ensina que o bom andamento do trânsito depende de quatro fatores: engenharia, educação, legislação e fiscalização. "Imagine uma mesa com quatro pernas. Se uma delas deixar de existir, como a fiscalização, a mesa cai", diz Eva.
Uma das formas de fazer com que o condutor entenda o erro cometido está, conforme Iara, no intervalo de tempo entre a infração e a notificação de autuação. "Quanto menor esse intervalo, mais facilmente se estabelece a relação", esclarece Iara. E o inverso também é verdadeiro: um maior intervalo dificulta a identificação do momento em que o erro foi cometido. "A pessoa não consegue perceber a relação entre o que fez e a multa que levou", diz.
Individualismo
A principal razão para o comportamento inadequado dos motoristas é a falta de entendimento do trânsito como ferramenta coletiva. "As pessoas são individualistas. Os centros de suas vidas são os seus próprios umbigos. Elas referenciam a fiscalização como empecilhos que as impedem de atingir os seus interesses individuais", avalia Iara.
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