Rachadura é acomodação “comum para o clima de Curitiba”, diz a Urbs| Foto: Felipe Rosa/Gazeta do Povo

Manutenção

Órgãos públicos dizem não ser responsáveis pelos inconvenientes

A reforma de 2010 ampliou a área do Terminal do Cabral, instalou banheiros e rampas nas plataformas, aumentou quatro estações-tubo e construiu duas novas, entre outras medidas. Foi financiada com recursos do governo estadual, sob responsabilidade da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) e da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano (Sedu). Consultada pela reportagem, a Sedu disse que, uma vez entregue a obra, não tem responsabilidade pela manutenção; a Comec afirma que a parte da passagem subterrânea onde agora há fissuras não foi de sua responsabilidade na reforma.

A reforma do terminal estava prevista para terminar em março de 2010, mas foi entregue nove meses depois, o que gerou inconvenientes, como a baixa iluminação, atrasos de ônibus e tubos superlotados. Após a entrega, houve problemas com a abertura das portas das estações-tubo e dificuldades de fluxo pela estreita escada de acesso à trincheira do terminal.

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85 mil

pessoas passam diariamente pelo Terminal do Cabral segundo estimativas da Urbs. A reforma, finalizada em 2010, ampliou a passagem subterrânea em 23 metros e custou R$ 4,3 milhões aos cofres públicos.

Uma reforma de R$ 4,3 milhões, que se estendeu por 15 meses – de setembro de 2009 a dezembro de 2010 –, não foi suficiente para resolver problemas estruturais no Terminal do Cabral, que apresenta fissuras no teto e nas paredes de sua passagem subterrânea. Órgãos públicos que estiveram à frente da reforma negam responsabilidade nos problemas verificados agora, tidos como "comuns e de fácil manutenção". Funcionários que trabalham no conserto das fissuras disseram, no entanto, que houve negligência nas obras entregues em 2010, às vésperas da troca de governo.

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Há cerca de duas semanas, pedaços de concreto caíram da passagem subterrânea do terminal, ampliada em 23 metros na reforma. Como medida preventiva, a administração do local colocou escoras nas paredes. O fato causou apreensão nos usuários, e um boato passou a ser espalhado entre transeuntes de que a passagem subterrânea corria risco de desabamento. Estima-se que o terminal receba 85 mil pessoas por dia.

A Urbanização de Curitiba (Urbs), empresa municipal de economia mista que vistoriou a reforma, afirma que o estaqueamento da passagem subterrânea foi apenas uma medida de segurança rotineira, anterior ao laudo que detectou como nulo o risco de desabamento. O que houve, segundo a Urbs, foi uma acomodação de material, causando fissuras na junta de dilatação. O acontecimento foi descrito como "comum para o clima de Curitiba" e sem relação necessária com a reforma entregue em 2010.

No entanto, um funcionário da Socicam, empresa que está realizando o reparo nas fissuras, disse à reportagem que a queda de pedaços do teto e da parede está relacionada a uma colocação indevida de capa de concreto na junta durante a reforma. "Não sei por que foi executado desse jeito", afirmou o funcionário, que não quis ser identificado.

Na semana passada, ainda estavam sendo retirados pedaços de concreto que despregaram do teto da passagem subterrânea. A Urbs afirma que os reparos devem ir até o meio desta semana e que não gerarão custos adicionais nem para o estado nem para o município.

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